Dados do estudo Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2010 (IDS) divulgado pelo IBGE mostram uma particularidade. Em oito estados, incluindo o Paraná, as mortes em acidentes de trânsito são mais altos que os homicídios. Os dados tabulados a partir de números de 2007 apontam que aqui, de cada grupo de 100 mil habitantes, foram 30,4 mortes de trânsito e 29,5 assassinatos. Os números no Estado estão acima da média nacional nos dois quesitos. No mesmo período foram 25,4 mortes em acidentes de trânsito em cada grupo de 100 mil pessoas e 20,3 homicídios, também por cada grupo de 100 mil.
Os dados são do quarto IDS. O último havia sido divulgado em 2008, com dados compilados de 2004. Naquele ano, os acidentes de trânsito matavam 31 pessoas em cada grupo de 100 mil no Paraná. A média de homicídios no País em 2004 era de 26,9, maior que neste estudo. O Paraná, também tinha média maior que a nacional.
Esse tipo de estudo serve para nortear as políticas de estados e da União. No caso paranaense, mostra que os dois quesitos precisam de atenção. Mas também apontam que a questão das ruas é tão importante quanto a segurança pública.
Manifestação — E foi para chamar a atenção para esse problema — a violência no trânsito — que estudantes ligados ao Movimento Passe Livre plantaram cem cruzes na Praça Tiradentes, na manhã de ontem. O local foi escolhido porque ali, no dia 14 de junho, um ônibus Ligeirinho sem controle invadiu uma loja matando duas pessoas e ferindo 33. Os estudantes queriam denunciar tanto os abusos no trânsito que matam centenas de pessoas todos os anos, quanto a precariedade do sistema de transporte público.
Ainda ontem, um ônibus biarticulado bateu em quatro carros que estavam estacionados no bairro Mossunguê. Cerca de 12 pessoas ficaram feridas. O Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) afirmou que o ônibus estava desgovernado e então atingiu os veículos. Testemunhas disseram que o veículo estava em alta velocidade quando colidiu com os automóveis. Números do Detran-PR, mostram que enquanto a frota de ônibus e micro-ônibus representam apenas 1% da frota de Curitiba, por exemplo, estão em mais de 10% dos acidentes na Capital.
Fonte. Bem Paraná
Blogueiro
Há muito tempo escrevi um texto contendo denúncia sobre as mortes no trânsito brasileiro que superavam as mortes por armas de fogo. O Brasil vive uma situação anormal, mas considerada normal por muitos brasileiros. Um corpo ferido por bala perdida choca mais do que um corpo cujas vísceras estão à luz dos olhos dos usuários de vias terrestre quando ocasionado por atropelamento. Pode parecer absurdo, mas é uma verdade triste em nossa nação.
Mas por que a morte pelo trânsito não choca tanto quanto a morte por arma de fogo ou ataques de traficantes?
O evento de ataques de traficantes a sociedade brasileira é recente se comparado com os acidentes de trânsito. A partir da década de 1980 é que começou a proliferar o estado paralelo (tráfico) e tomando dimensões nacionais na década de 1990. O acidente, ou a morte automobilística, não. Talvez a explicação esteja no fator não ver o perigo. Aconteceu um acidente e ali se vê. Já em relação aos tiros há sons de disparos levando as pessoas a ficarem com medo de uma bala perdida. O que não se vê se imagina e se dá dimensões. O assaltante é visível pela vítima e esta sabe que poderá ser morta a qualquer momento; não há previsão, controle do que pode acontecer. O acidente de trânsito é camuflado, isto é, a pessoa (condutor) sente-se segura pela habilidade e controle total – muito importante para o desfecho da comparação – da situação. Mas é aí que mora o perigo. A falsa sensação de controle pleno faz com que o condutor aja negligente ou imprudentemente. É a falsa sensação de que jamais acontecerá algo e que ele controla a vida dele- só que a vida dele depende das condições do asfalto, do veículo, do clima, do comportamento de outros usuários de vias terrestres. Autoconfiança para ser mais exato.
Por isso sempre deve se ter a mentalidade de ver e ser visto, demonstrar sempre as manobras pelo uso da luz indicadora de mudança de direção ou pisca-pisca, jamais achar que sempre há a mesma situação por onde se transita – explica-se os acidentes nas localidades por onde se transita frequentemente o condutor devido a sensação de que por saber dos detalhes da via permite dirigir displicente (falar ao celular, por exemplo).
Jamais esquecer os elementos da direção defensiva:
1) Conhecimento;
2) Atenção;
3) Previsão;
4) Decisão; e
5) Habilidade.
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