Como eu, a maioria dos cidadãos brasileiros assiste diretamente pela TV Câmara, ou por canais de TV convencionais ou pagos, a votação na Câmara dos Deputados para o impeachment, ou não de Dilma Rousseff. Claro que não é a Câmara que decidirá sobre o impeachment de Dilma, mas é importante por ser o embrião do impeachment. Quando falei a maioria dos brasileiros assiste as votações, me refiro a possíveis concidadãos que estão fazendo algo diferente de mim, que assisto as votações, pois devem estar perplexo com o circo chamado Câmara dos Deputados.
O placar na Câmara, no momento que redigido, é de 195 a favor do impeachment e 48 contra o impeachment. As verborragias são as mais esdrúxulas possíveis: defesa da família; contra a corrupção; ética; moralidade; legalidade; defesa da Constituição Federal de 1988; consagração do Mensalão e Lava Jato. Enfim, sejam as votações dos defensores ou opositores do PT, o circo, A Câmara dos Deputados, e seus palhaços, os parlamentares, são campeões de bilheteria.
Os votos que considerei coerentes foram dos deputados que foram neutros [votos de abstenção]. Antes de prosseguir, é preciso ratificar o título. No site UOL Notícias, o título da matéria — Maioria da comissão do impeachment recebeu doações de empresas da Lava Jato — já corrobora com o título de meu artigo. Faço enxerto aqui da parte que considero central da matéria do UOL:
“Deputados da comissão de impeachment que receberam dinheiro de empresas envolvidas na Lava Jato. Em R$.
PSDB
Bruno Covas (SP) - R$ 227.486
Jutahy Júnior (BA) - R$ 531.875
Nilson Leitão (MT) - R$ 511.550
Paulo Abi-Ackel (MG) - R$ 425.000
DEM
Mendonça Filho (PE) - R$ 250.000
Elmar Nascimento (BA) - R$ 201.580
PPS
Alex Manente (SP) - R$ 400
PSB
Fernando Coelho (PE) - R$ 30.000
Bebeto Galvão (BA) - R$ 50.000
Danilo Forte (CE) - R$ 400.000
SOLIDARIEDADE
Paulinho da Força (SP) - R$ 240.925,5
PSC
Eduardo Bolsonaro (SP) - R$ 567,27
Marco Feliciano (SP) - R$ 9.837,1
PRB
Jhonatan de Jesus (RR) - R$ 10.000
Marcelo Squassoni (SP) - R$ 770
PHS
Marcelo Aro (MG) - R$ 30.000
PSD
Paulo Magalhães (BA) - R$ 19.898,44
Marcos Montes (MG) - R$ 100.000
PMB
Weliton Prado (MG) - R$ 166.500
PDT
Flavio Nogueira (PI) R$ - 100.000
PMDB
Leonardo Picciani (RJ) - R$ 199.000
Washington Reis (RJ) - R$ 500.000
Osmar Terra (RS) - R$ 190.000
Lúcio Vieira Lima (BA) - R$ 732.000
PP
Aguinaldo Ribeiro (PB) - R$ 271.900
Jerônimo Goergen (RS) - R$ 100.000
Roberto Britto (BA) - R$ 7.423,59
Paulo Maluf (SP) - R$ 648.940
PTB
Benito Gama (BA) - R$ 211.890
PT
Arlindo Chinaglia (SP) - R$ 412.000
José Mentor (SP) - R$ 187.500
Paulo Teixeira (SP) R$ - 285.000
Vicente Cândido (SP) - R$ 254.125
Zé Geraldo (PA) - R$ 145.500
PTN
João Bacelar (BA) - R$ 4.493,66
PR
José Rocha (BA) - R$ 494.407,1
Edio Lopes (RR) - R$ 680.732
Maurício Quintella (AL) - R$ 350.000
PT do B
Sílvio Costa (PE) - R$ 100.000
Total - R$ 8.981.301”
No site Meu Congresso Nacional, os infográficos são bem detalhados sobre a corrupção generalizada na maioria dos partidos políticos brasileiros — imagem abaixo.
Continuando na lama política brasileira, o site Transparência Internacional disponibiliza documento sobre a corrupção no Brasil. O resumo já mostra o quadro caótico:
“A corrupção continua a ser um dos principais desafios enfrentado pelo Brasil, afetando a qualidade dos serviços fornecida, infraestrutura e investimento global em o país. Um recente grande esquema de corrupção supostamente envolvendo políticos de alto nível, executivos da companhia petrolífera estatal brasileira e das maiores empresas de construção chama a atenção para o país de sistêmica falhos que abrem oportunidades para má gestão e corrupção. Essas oportunidades vêm do financiamento político, a politização da chave do governo posições e mecanismos de supervisão fracos que, combinado com um judiciário bastante ineficaz, contribui para alimentar a cultura de impunidade que permeia o país. O Brasil precisa reformar o seu sistema político e garantir que as leis existentes são aplicada e executada.” — informações de 2014.
O documento também aponta a burocracia na Administração Pública, a discricionariedade dada aos agentes públicos. Além disso, no relatório de 2015 de Ease of Doing Business Índex, elaborado pelo Banco Mundial, o Brasil é burocrático ocupando a centésima vigésima posição no ranking de 189 países burocráticos. O documento também explana sobre uma pesquisa, como um corruptômetro, a sensação do povo brasileiro em relação aos políticos. 81% [oitenta e um por cento] dos entrevistados consideram os políticos como sendo corruptos ou extremamente corruptos.
“De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) (2014), apenas 6 por cento dos Brasileiros pesquisados relataram confiar nos partidos políticos e 17 por cento do Congresso”.
No Panama Papers, políticos brasileiros também aparecem nas investigações jornalísticas sobre paraísos fiscais. PDT, PMDB, PP, PSB, PSD, PSDB e PTB aparecem nas investigações. Diante de tudo o que escrevi, não é concebível acreditar que os palhaços no circo estão fazendo algo pelo país. Como pode haver votação quando o próprio presidente da Câmara está mais sujo que pau de galinheiro? E o que dirá todos os partidos cuja maioria está também sujando o pau do galinheiro? Não há lógica nenhuma.
Agora, gastam tempo precioso que poderia ser útil aos milhões de brasileiros que dependem, para sobreviverem, dos programas sociais. Desperdiçam mais dinheiro, pois quem paga a conta de energia elétrica da Câmara dos Deputados é o povo, através dos impostos. Ou sejam, lesam o Brasil duas vezes, com a corrupção e com votações ridículas para "melhorar" o país. Que os culpados sejam responsabilizados pelo rigor da lei para nunca mais haver está vergonha nacional e internacional. Se nós brasileiros estamos cansados de ser piada no exterior, que todos ajam com responsabilidade, comprometimento com a verdadeira democracia, que é humanística. Que cada brasileiro seja um fiscal do Estado Democrático de Direito denunciando arbitrariedades que oneram, ou estagna, o desenvolvimento deste país.
PT traiu o Brasil juntamente com a totalidade dos demais partidos políticos e agentes políticos. As verborragias de “país melhor”, “meus filhos querem o melhor”, “faço isto pela minha família” e “faço isto pelo povo, pela pátria, pela legalidade” não passam do maior espetáculo circense na história desta República. Defendem o impeachment em nome dos idosos, dos proletariados, dos enfermos, contudo, antes de meterem às mãos nos cofres públicos e dilapidarem a Petrobras não falavam em “Basta à corrupção!”. O que fizeram antes das mascaras caírem? Deitaram, rolaram, riram, consumiram caviar e champanhe através de uma das maiores esquemas criminosos da história deste país. Que fique registrado o evento circense, e os palhaços que dão cores e ações, na história brasileira, para que as gerações futuras possa aprender que a política brasileira é um show de horrores, e que lutem pela liberdade, pela verdadeira democracia.