Trânsito Escola – Carro potente, habilitação na mão, o primeiro dia de se aventurar nas vias públicas. O jovem habilitado se sente o poderoso das vias e sai desbravando um novo mundo.
Amigos no carro, adrenalina no sangue. O novo condutor deve demonstrar habilidade, que não é “filhinho de papai”. Já é um homem “feito”e que tem que provar sua masculinidade diante dos amigos. A vergonha de não parecer Homem soa como derrota para o resto da vida. E não pode ser imputada esta imagem de derrotado, frouxo, o que dirão as “minas”, as “gatinhas”, as “novinhas”? Não, é preciso mostrar ao grupo que é Homem Corajoso.
Chave na ignição, giro da chave, motor trabalha, sangue e hormônios circulam pelo corpo do bravo guerreiro motorista, olhos a espreitarem a postura do recém-habilitado. Pés tensos nos pedais, a largada é dada. A rua se mostra como campo de provas, a masculinidade está a prova. Uma cortada pelo acostamento, depois uma ultrapassagem em local proibido pela sinalização, e muita adrenalina injetada pelos clamores dos amigos incentivadores.
De repente, uma freada brusca, pois a distância de seguimento estava comprometida. Ah! A tecnologia salvou o jovem guerreiro e seus amigos. novos desafios estão num novo mundo´para ser descoberto, enfrentado. Viva a vida!
O conto acima representa uma realidade entre os jovens que obtiveram suas habilitações de trânsito terrestre. Entusiasmados com a possibilidade de transitarem, legalmente, e depois de muita paciência para obterem a habilitação de trânsito – sim, burocracias e desrespeitos que enfrentam ao longo do processo de habilitação –, saem com seus automotivos conectados as suas emoções ebulientes. Um mundo novo se apresenta. Apesar do conto ser centralizado em condutor novato, infelizmente, há condutores veteranos que têm a mesma postura: exibicionismo.
No conto, o recém-condutor teve que frear bruscamente, mas nada aconteceu de pior, felizmente. Mas o que os olhos não veem, o perigo se mostra obscuro. Quando se freia bruscamente o balanceamento fica comprometido, além disto, o desgaste não tem como ser concertado – o desgaste é visível pelas marcas dos pneus na pista de rolamento ou quando se passa a mão sobre os pneus ficando a mão suja com alguns fragmentos, como pequenas granulações, do pneu.
Não há mais segurança para o condutor, os passageiros. Não esqueceram de mais alguém? Sim, os pedestres também são usuários de vias terrestres.Solução? Trocar o pneu desgastado. Não há como concertar? Não pelos meios técnicos certificados atualmente.
Lembra-se, o ato de frear, bruscamente, pode ser uma necessidade, quando há acontecimento imprevisível, mas quando há imperícia, negligência ou imprudência, do condutor, não se pode falar em imprevisibilidade.
Por isso, evite o exibicionismo, que nada traz de salutar a vida humana. Qual marca que você vai deixar nas vias públicas? Sua civilidade ou apenas o exibicionismo?
