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Há cadeirinhas diferentes para cada idade de criança transportada
Há cadeirinhas diferentes para cada idade de criança transportadaEm Natal, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) registrou 21 autuações no ano passado, enquanto em 2011 esse número chegou a 51, o que dá uma média mensal de quase dois casos em 2010 e de quatro autuações este ano.
O secretário adjunto de Trânsito da Semob, Haroldo Maia, fala da importância da "lei da cadeirinha" quanto a questão da segurança das crianças, que têm de ser transportadas no banco de trás dos automóveis, mas também vê "um contra-senso" na legislação, em virtude de trazer aquela exceção de deixar de fora, por exemplo, os veículos escolares, que transportam muitas crianças e também veículos com peso acima de 3,6 toneladas.
Pelas estatísticas do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a legislação no Rio Grande do Norte aplica-se apenas a 46,2% dos veículos registrados naquela autarquia, ou seja, aos 380.662 automóveis e 6.021 utilitários que, por ventura, possam estar transportando crianças nas rodovias estaduais e federais do Estado.
Chefe do Setor de Comunicação da PRF, o inspetor Everaldo Morais chama a atenção para o fato de que esse tipo de equipamento "é ainda mais imprescindível" nas rodovias federais, pois são nelas que os motoristas imprimem mais velocidades aos veículos e, com isso, potencializa, em caso de acidentes, o risco de ferimentos mais graves nos passageiros.
Em 2010, segundo Morais, ocorreram 50 acidentes envolvendo crianças, com idade entre zero e nove anos, nas BRs que cortam o Rio Grande do Norte, sendo que seis morreram, segundo dados da PRF.
Gerente de uma loja de acessórios para crianças, Sandra Santos disse que a procura por "cadeirinhas" não tem mais aquele corre-corre da época em que a lei entrou em vigor, quando à procura foi grande e as fábricas não tinham como atender a demanda.
Sandra Santos diz que as vendas crescem, geralmente, em vésperas de "feriadão", quando as pessoas viajam mais: "As venda diminuíram, mas não deu uma parada por completo".
Para a gerente de loja, ao invés de se preocuparem mais com a fiscalização, "os pais deviam se com a segurança dos filhos". Na loja onde ela trabalha, o equipamento chamado de "bebê conforto" custa de R$ 179 a R$ 249, enquanto o assento de elevação varia o preço de R$ 79 a R$ 179 a R$ 249. A "cadeirinha" propriamente dita custa entre R$ 279 e R$ 990 .
Por conta da campanha "Liquida Natal", num grande hipermercado de Lagoa Nova o valor da "cadeirinha" baixou de R$ 219 para R$ 79.
Pai de um bebê de um ano e quatro meses, o motorista Carlos André Morais disse que "não importa o preço da cadeirinha", mas sim a segurança do filho. Segundo ele, que viajou ontem de Mossoró para Natal, a viagem é longa e a criança sente um certo desconforto, "mas só tirei ela pra descansar" numa parada no meio do caminho para se tomar água.
"A gente que dirige também cansa, imagine uma criança que fica amarrada ai", completou ele.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE
