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sábado, 3 de setembro de 2011

Um ano de obrigatoriedade e um milhão de cadeirinhas no estoque


A resolução que determina o uso obrigatório da cadeirinha para crianças pequenas completou um ano ontem. A determinação expandiu na época o mercado do equipamento, aumentando a produção e as vendas. Porém, após exatos 12 meses da determinação, as fábricas apresentam grandes volumes de estoque devido à falta de demanda.

A Tutti Baby, de Massaranduba, é única empresa de Santa Catarina que fabrica as cadeirinhas. A produção dos dispositivos de retenção (nome técnico dos assentos) está parada desde janeiro e o estoque acumula cerca de um milhão de peças — o suficiente para abastecer o mercado brasileiro durante três anos.
Quando saiu a nova resolução, a empresa aumentou a produção de bebês conforto, cadeirinhas e assentos de elevação em 5,7 mil % em relação ao primeiro semestre de 2010. Os funcionários passaram de 80 para dois mil. Hoje, são 365 colaboradores.
A queda nas vendas resulta da falta de fiscalização, segundo o gerente comercial da empresa, Orli Boehringer. Para ele, apenas 30% do mercado brasileiro está abastecido com os dispositivos porque os órgãos públicos responsáveis não continuaram cumprindo seu papel como fizeram assim que a resolução foi estabelecida. Representantes da empresa viajaram a Brasília em janeiro para cobrar ações de fiscalização junto ao Ministério das Cidades. “Tivemos a resposta de que iria funcionar. Mas foram só promessas”, afirma Boehringer.
Conscientização varia nas regiões
As fabricantes da cadeirinha mobilizaram uma campanha de conscientização e distribuíram um milhão de cartilhas educativas alertando sobre a importância do equipamento e seu uso correto.
Segundo a Abrapur (Associação Brasileira de Produtos Infantis), acontecem 10,1 mil nascimentos por dia no Brasil e hoje são 32 milhões de crianças de 0 a 7 anos no país. Por outro lado, de acordo com o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), os acidentes representam a principal causa de morte de crianças e adolescentes de 1 a 14 anos no Brasil. “As mortes continuam. O objetivo não foi atingido”, lamenta Boehringer.
A Polícia Rodoviária Federal divulgou que um ano antes da obrigatoriedade, entre setembro de 2009 e agosto de 2010, foram registradas 15 morte de crianças de até 9 anos nas estradas de Santa Catarina. Já entre setembro de 2010 e julho deste ano, oito crianças morreram em acidentes.
Pelo menos no Sul do país houve uma conscientização dos motoristas sobre o uso das cadeirinhas. O Rio Grande do Sul é o Estado com maior demanda. Para o gerente comercial, a população da  região do Vale do Itapocu está educada para o uso do equipamento. “A gente vê o pessoal usando por aqui. É uma questão de cultura”, declara.
Denise de Souza leva o filho, Bruno, todas as manhãs para a escola e o busca no fim da tarde. O pequeno de 2 anos usa a cadeirinha sempre. “Desde os 4 meses ele viajava no bebê conforto”, conta a mãe. Ele está tão acostumado que cobra dos pais o uso do cinto dizendo “põe o cinto mãe” quando ela esquece de colocar.
As lojas de artigos infantis de Jaraguá do Sul vendem em média duas cadeirinhas por dia. Segundo o comerciante Eduardo Raboch Rubini, as vendas aumentaram bastante no ano passado, com a obrigatoriedade do uso. Neste ano, a procura diminuiu, mas ainda é boa para o comércio e há bastante oferta dos assentos, que custam entre R$ 100 e R$ 600.
Lei não é novidade
A resolução para a obrigatoriedade da cadeirinha, na verdade, existe desde os anos 1990. No ano passado, a resolução 227 tornou a determinação mais específica. “Antes havia dúvida sobre a idade da criança e que tipo de dispositivo ela deveria usar”, explica o chefe do setor de Trânsito do 14º Batalhão da Polícia Militar de Jaraguá do Sul, tenente Carlos Augusto Sell Júnior.
A nova resolução prevê que crianças de até um ano de idade devem ser transportadas no equipamento conhecido como bebê conforto. As de um a quatro anos, em cadeirinhas. De quatro a sete anos e meio, em assentos de elevação. Já aqueles que tiverem idade entre sete anos e meio e dez anos, devem ser levados no banco de trás, com cinto de segurança.
A polícia não alterou o método de fiscalização. De acordo com o tenente, o uso do equipamento é verificado em abordagens de rotina. Não são feitas ações específicas para verificar as cadeirinhas. “É mais um item a ser visto nas blitz, assim como pneu careca e outros itens”, esclarece.
A multa para motoristas que não cumprem a determinação é de R$ 191,54, além da perda de sete pontos na carteira, e o veículo pode ser retido. Nos primeiros 12 meses após a resolução, 373 multas foram aplicadas pela Polícia Rodoviária Federal no Estado.
FONTE: CORREIO DO POVO
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