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sábado, 28 de maio de 2016

Quem causa o estupro é a mulher, e não o homem

A frase choca, aos que pensam diferente. Infelizmente, no Brasil, e até em outros países, como na Índia, ainda há justificativas para o estupro feminino. No Extra on-line, a face grotesca da justificativa do estupro coletivo. Imagens da adolescente, que fora estuprada por 30 desumanos homens, associadas com participação ao tráfico de drogas justificam o estupro. Ou seja, "fale com quem tu andas, que eu direi quem tu és".

A misoginia brasileira justifica agressões às mulheres de várias formas. Além do que fora citado acima, a mulher que traja indumentária curta ou muito decotada é "vagabunda". Não se trata apenas de homens com essa mentalidade, mas mulheres. O Ipea fez pesquisa domiciliar — Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS)sobre Tolerância social à violência contra as mulheres.

"Quase três quintos dos entrevistados, 58%, concordaram, total ou parcialmente, que 'se as mulheres soubessem se comportar haveria menos estupros'”.

No Mapa da Violência 2015. Homicídio de mulheres no Brasil, por exemplo, na Tabela 3.1. Homicídios de mulheres, por UF e região. Brasil. 2003/2013, nas regiões norte, sudeste, nordeste, centro-oeste e sul as taxas de homicídios são altas.

A Marcha das Vadias luta pela valorização, integridade e respeito ao sexo feminino. É possível acessar à Carta Manifesto da Marcha das Vadias de Brasília – Por que marchamos?

A violência à mulher é mundial. No Brasil, a Lei Maria da Penha é uma conquista, não pela cultura brasileira, mas pela ação internacional de defesa aos direitos humanos. Melhor dizendo, constrangimento internacional ao Estado brasileiro.

Infelizmente, programas de auditório mostram a figura da mulher como símbolo sexual onde o homem pode fazer o que bem quiser. No vídeo The Great Show Earth a jornalista mostra como as mulheres brasileiras são retratadas, estereotipadas culturalmente. Em muitos momentos, a jornalista se estarrece diante do estereótipo feminino" nádegas e seios "em concursos.

Num país machista, tanto para homens como para mulheres, as roupas decotadas, a iniciativa feminina de ir ao encontro de algum pretendente, atitudes que" permitem "agressões físicas e psíquicas. Somente a educação aos direitos humanos, de respeito à vida é que mudará o quadro caótico no cenário brasileiro. A vida em si nada vale, o que vale é o momento, a libido sem controle, o superexcitamento dos sentidos físicos.

Há supervalorização do ego, e isto é visível nos comerciais. O ser humano invencível, poderoso, o valer pelo momento que desfruta, pelo que tem. Há aguçamento voraz nas publicidades ao complexo de inferioridade. Mudar esse quadro terrível é possível quando houver comprometimento de todos os segmentos sociais e políticos.

Estupro justificado é crime, por si só.

Obs.: encontrei matéria interessante, e estarrecedora, aqui no JusBrasil, para colaborar com o meu artigo.

Juíza pergunta a vítima de estupro se ela ‘tentou fechar as pernas".

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