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sábado, 22 de junho de 2013

O que se espera dos movimentos sociais no Brasil

Brasil Progresso/Trânsito Escola – Muitos protestos se viram nas principais capitais do Brasil nos últimos dias. Truculências policiais, vandalismos de pseudomanifestantes (assaltos à banca de jornal, concessionária de veículos) marcaram os últimos dias.

Manifestantes, pacíficos, não permitiram emblemas de partidos políticos ou de qualquer movimento (MST), mas somente a bandeira do Brasil, cartazes pedindo o fim da corrupção, na melhoria do transporte público, da saúde, da educação, redução da inflação, o “não ao PEC – 37”.

O que começou como simples movimento contra o aumento de tarifa de ônibus, outros grupos começaram a se formarem e exigirem cumprimento de seus ideais, como, por exemplo, os manifestantes de fisioterapia contra o ato médico.

“Células” se formaram em vários pontos do Brasil desencadeando dúvidas e receios nos dirigentes políticos. Afinal, qual o propósito dos movimentos sociais?

Sem líderes partidários, estudantes, profissionais diversos, idosos, crianças e adolescentes foram às ruas cobrar das autoridades públicas mudanças nas políticas atuais. Seria um desejo, do povo brasileiro, de implantar a democracia direta (sem intermediários, os eleitos pelo povo)?

Apesar da democracia semidireta, a vigente no país, muito pouco há de  plebiscitos e referendos como forma de consultar opiniões populares. Apesar da democracia indireta, os representantes do povo apenas agem como se o Brasil fosse uma democracia representativa.

Numa revirada sem precedentes, que assustou os indolentes representantes do povo, pelo voto direto, se cogitou “anarquia”. A verdade é que, apesar de ser democracia semidireta, os brasileiros, não políticos, apenas elegiam e deixavam que os seus representantes agissem como bem quisessem. Foram poucos os presidentes que usaram o plebiscito e o referendo como forma de mobilizar o povo sobre questões relevantes.

Contudo, com o acesso à internet, e a possibilidade de ver acontecimentos em demais países, sem modificações voltadas ao controle de massa, que é muito comum por algumas emissoras de TV, o povo brasileiro teve consciência o que é democracia, principalmente a semidireta.

As redes sociais no Brasil – e no mundo – serviram como meios de se encontrarem respostas e suscitarem questões até então acessíveis à minoria – não podemos esquecer que cultura, em geral, só é acessível há muito pouco brasileiro dado ao minguado poder aquisitivo, as más condições da educação. Proporcionaram também comparações entre a democracia brasileira e demais democracias, riquezas nacionais versus qualidades de vida, impostos e investimentos sociais.

As redes sociais, sem dúvida, causaram revoluções ao redor do mundo - Oriente Médio e no Norte da África. Nações subjugadas por regimes totalitários, ditadores, graças às redes sociais, puderam conhecer o regime político chamado de Democracia. Apesar de o Brasil possuir o regime político democrático, desde 1988, o povo brasileiro, pós-regime militar, pouco sabia o que era democracia e, principalmente, o que era democracia semidireta (ou participativa). Por acesso difícil, e até segregacionistas, à educação, por políticas voltadas aos interesses unilaterais de maquiavélicos de políticos, e da própria elite brasileira, poucos tinham conhecimento sobre política. Tanto é que advogado tinha seu status perante a sociedade. O simples falar da palavra “advogado” já causava medo ao indivíduo que não tinha estudos, conhecimentos sobre o preceito constitucional contido no artigo 1° da CF/1988. Da mesma maneira, a palavra “autoridade” era dita como pessoa que detinha poder sobre os demais seres humanos. Quem não era “autoridade” (servidor público, militar ou não) apenas era visto como simples mortal a acatar as vontades dos deuses olímpicos (autoridades, servidores públicos em geral).

Acesso à internet e, posteriormente, criações de redes sociais, proporcionaram trocas de informações. A internet em si proporcional conhecimentos sobre várias culturas, assim como os mecanismos de traduções de idiomas, que aumentaram, substancialmente, mais conhecimentos. A tecnologia dos celulares, depois dos smarthphones, que davam acesso à internet, graças as tecnologias que proporcionaram que aparelhos móveis acessassem a internet, cada vez mais, populações mundiais puderam sair dos noticiários locais para um mundo de informações diversas sem serem filtradas, condicionadas por interesses internos, como interesses partidários, de autoridade coatora, de regime déspota, ditador.

Não podemos esquecer, no caso do Brasil, que o acesso à informação, aos estudos, sempre foram para poucos brasileiros; estes poucos eram pessoas de estratificações sociais mais elevadas. Só os que tinham condições de estudarem em outros países detinham conhecimentos sobre formas de governo, de estado, costumes, ações da população em relação ao Estado e vice-versa. Livros, no Brasil, sempre foram caros, inacessíveis a boa parte dos brasileiros, somente os indivíduos elitizados é que tinham condições monetárias para comprar livros estrangeiros – não podemos esquecer que muitos dos livros eram importados e, para lê-los, somente brasileiro que tinha conhecimento de outro idioma, sem ser o português brasileiro.

À medida que a internet passou a ser mais acessível à boa parte do povo brasileiro, e não mais um privilégio de minorias, elitizadas, é que foi possível, as maiorias segregadas quanto ao não acesso à educação de boa qualidade, conhecimentos universalistas, é que foi possível saber sobre fatos internacionais, os modos de vida de várias outras culturas, o Estado à serviço do povo, e não o servilismo do povo ao Estado (dirigentes políticos).

O que começou como simples trocas de fotos, de recados, passou a ser meio de trocas de informações, de busca de conhecimento. Importante salientar que a criação de mecanismos capazes de proporcionar colocação de vídeos na internet, redes sociais, foi importantíssimo para democratizar e expandir as redes sociais etc.

Se o indivíduo ficava com vergonha de se manifestar numa rede social porque não sabia digitar, ou não sabia escrever direito (ortografia etc.), a possibilidade de gravar e mostrar as demais pessoas, que proporcionou uma liberdade quanto a dificuldade de se expressar por condição de analfabetismo (funcional), foi um detonador de possibilidades também as maiorias que ficavam segregadas das redes sociais – também a liberdade de se inscrever sem convite; nas primeiras redes sociais só faria parte da rede social quem tinha algum conhecido para mandar convite.

Enfim, redes sociais, acesso à internet de forma livre, sem controle de regimes ditadores, autoritários, proporcionaram liberdade de conhecimento universalista. Qualquer ser humano, de qualquer estratificação social, analfabeto, ou não, agora pode se expressar, ouvir opiniões diversas, de temas diversos.

É certo que o futuro da humanidade não será não será mais codificado por opiniões centralizadas voltadas ao controle de poucos sob alienações de muitos. Os novos governos que se formarem, e representantes do povo, devem se ater ao principio de que suas condutas não mais serão encobertas – a não ser por um estado ditador, mas cada vez mais se enfraquece no mundo – e tão pouco conseguirão alienar a massa. A transparência em seus atos, assim como o comprometimento moral, com as riquezas nacionais, com os gastos públicos, com a busca constante na obtenção de recursos que proporcionem qualidade de vida ao povo, serão as primazias, o norte, dos futuros gestores públicos. Quem agir de forma ímproba, ou indolente, não conseguirá, por muito tempo, se manter no poder seja em qualquer instituição pública, cargo ou função pública. O poder, adquirido, será momentâneo, e somente para satisfazer as necessidades do povo, pelo povo e ao povo.

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