Brasil Progresso/Trânsito Escola – O relatório da Anistia Internacional divulgado nesta quarta-feira (22) mostrou o quanto o Brasil é violento seja pelas ações de policiais, de narcotraficantes e mortes de negros. O relatório contém ainda a redução da pobreza no Brasil, corrupção (improbidade administrativa de policiais. Analisando vamos aos fatos.
Negros
Por séculos o Brasil foi preconceituoso e sectário. Os negros foram sempre os excluídos da sociedade branca
burguesa – quem gosta de novela vai se lembra de Lado a Lado, ou gosta de história sabe o que se diz aqui – e por serem excluídos, sem direitos, como os conhecemos (CF, de 1988) alguns caiam na marginalidade. Não se trata de se tornar marginal por querer (má índole); imagine-se sem condições de trabalho (mesmo durante a abolição da escravatura, do qual o Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão negra) e não ter dinheiro para comprar mantimentos – se fosse na floresta era só caçar. Os punguistas, então, agiam para ter comida, comprar remédio – o que é muito diferente da atualidade brasileiro do século XXI no qual se furta para comprar tênis, maconha etc. –, pois a condição sociopolítica dos negros era de que não eram seres humanos plenos de direitos, e até divinos (negro não tinha alma).
Polícia
A polícia era usada, melhor dizendo, criada, para defender interesses da elite brasileira. À serviço desta qualquer pessoa que não fosse da elite (brancos) era considerado potencial criminoso – e não é à toa que no Brasil se instalou conceitos e práticas eugênicos.
As ações policiais aos negros era de repressão – não é de se espantar que ainda há esta postura quando, por exemplo, se veem blitzes policiais em ônibus onde os afrodescendentes são os primeiros a serem abordados – como “mãos ao alto e abra às pernas” – muito diferente quando se abordava (aborda) algum branco: “por favor, documentos”.
Pobreza no Brasil
As riquezas nacionais sempre foram muito mal distribuídas. Pouquíssimos detêm renda per capta capaz de proporcionar qualidade de vida – que não se resume a compra atual de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, pois o ser humano não come chumbo, ouro, fiações – enquanto grande maioria vive na linha da pobreza – saímos da miséria, assim falam. Aliás, reduzir pobreza não quer radicar, que fique bem claro. De desnutrido a subnutrido também não é erradicar a pobreza – e sempre digo que é impensável ter no Brasil pessoas subnutridas diante do potencial agrícola.
O Brasil, quando se analisa os investimentos regionais, não é o Brasil todo, mas apenas SP, RJ e MG. Os demais estados ficam a Deus dará e nas mãos de políticos (putas da Babilônia; ver apocalipse) cujas intenções é de ganharem dinheiro as custa do sofrimento alheio, das populações. E analisando os estados do RJ, SP e MG, que detêm os maiores PIB veremos que, ainda assim, há muitas desigualdades sociais – claro que por ideologias racistas, sectárias.
Outro fator determinante para a pobreza no Brasil é a velha esperteza dos políticos (putas da Babilônia) que criam mecanismos para lesarem as populações. “Pão e circo” sempre foi, e ainda é, a tônica das políticas brasileiras. Muito se vangloria, pouquíssimo se desenvolve – quando há “desenvolvimento” há mais prejuízos do que benefícios, pois metade do que foi investido vai parar nos paraísos fiscais, ou cuecas.
Narcotraficantes
Se tais grupos terroristas possuem poderes – não se esqueça que o PCC, em SP, na primeira ação terrorista contra o Estado, não se intimidou e os atentados terroristas só terminaram com negociações entre os chefes do PCC e dos gestores públicos de SP - não podemos esquecer que conseguiram graças aos presos políticos da era militar (1964 a 1985) que ensinaram aos presos comuns a agirem contra o Estado. De criminosos desorganizados passaram a serem células de crimes.
Como o Estado sempre foi omisso em relação aos negros muitos se associaram aos narcotraficantes sob promessas de melhorias de vida – aos brancos, os crimes de colarinho branco.
Atualidades
Os resultados atuais são devidos a séculos de preconceitos, privilégios, segregações, poder para quem estivesse numa estratificação social privilegiada. O Brasil, da CF Iluminista tem enfrentado toda sorte de discussões e ideias (ideologias) retrógrados. O próprio povo brasileiro não entende o que é dignidade da pessoa humana, garantias fundamentais da pessoa humana, direitos humanos, pois ainda estão condicionados por conceitos imperialistas, absolutistas.
As confusões se acentuam mais ainda por falta de efetiva educação (civilizatória – que não é ter somente possuir tecnologia) nos estabelecimentos de ensino em geral. Ainda há muito do exigir de direitos e pouco de assumir de deveres numa demonstração de que o povo brasileiro ainda é absolutista, elitizado, imperialista.
A CF, de 1988, trouxe um rol de direitos fundamentais, e de direitos humanos quando se aborda os tratados internacionais, mas o povo não sintetizou tais preceitos constitucionais. Ainda se fala em matar como forma de eugenia. Não. Não há justiça verdadeira quando se injustiça o menor dos homens, o indivíduo pela sua cor, condição social. A justiça que muitos clamam é a mesma justiça dos períodos negros da história humana como as perseguições aos cristões, às bruxas, na Santa Inquisição, aos negros, idosos, prostitutas, aleijados e judeus, na Segunda Guerra Mundial.
O texto não quer criar injustiças, mas temos que ser justos quanto aos acontecimentos no Brasil. Se há injustiça é por que não houve aplicabilidade dos preceitos constitucionais, da CF de 1988.
Muitos reclamam sobre a impunidade brasileira em relação aos presos, seus crimes e tempo de prisão. Não podemos esquecer que o Brasil Império colocava seus presos em calabouços para morrerem de fome. A Cf, de 1988, condena tais torturas, violações ao direito à vida, mesmo que a pessoa tenha tirado outra vida.
A raiz do problema não está na dita impunidade, como por exemplo, como assim dizem, reduções de penas ao presidiário, que estude, trabalhe. O problema está na precária avaliação psicológica, se existe, do presidiário para permitir ou não a sua soltura – qualquer pessoa pode fingir para se ver livre. Se nos aprofundarmos veremos que a verdadeira raiz dos problemas quanto aos crimes praticados está na precariedade, ou quase ausência, de conceitos de civilidade nos primeiros anos de vida do futuro cidadão.
Darcy Ribeiro sempre priorizou a educação como meio de criar condições favoráveis a boa formação psíquica do ser humano. Socialização é dar, demostrar conceitos civilizatórios. Civilidade é altruísmo, solidariedade equanimidade, igualdade. Barbarismo é tomar pela força, agir pela força, pelo poder.
E como será o Brasil daqui a dez anos se continuarmos com os modelos sociopolíticos que temos atualmente? Quem viver, verá.