Trânsito Escola – As leis são necessárias enquanto não existirem pessoas capacitadas para a liberdade. Sim, leitores, muitos motoristas usam de artifícios para burlar a fiscalização da Lei Seca. Infelizmente tais pessoas pensam nelas – se bem que, realmente, pensam lucidamente ou como suicidas inconscientes?
A Lei Seca, para muitos, é condição de cercear a liberdade dos cidadãos frente a “ditadura” do Estado. Invocam os Princípios da Dignidade Humana, dos Direitos Humanos, da intimidade, da Presunção de Inocência diante da imposição de se fazer o teste etilômetro (bafômetro). Porém, a lei, os princípios constitucionais, não podem ser invocados para condutas imprudentes, negligentes diante do bem-estar coletivo.
Os invocadores de direitos esquecem que têm obrigações éticas perante os demais concidadãos. A apatia é conduta de reprovação diante do bem coletivo. O cidadão que só vê seus direitos não mais se considera empático ou perpetuador das virtudes humanas. O simples fato de se invocar leis constitucionais para se eximir de obrigações ou deveres, e ter condutas perniciosas à vida, não pode ser considerada uma conduta empática.
Virtudes humanas são as bases ao bem comum
O egoísmo, o complexo de narcisista são condutas reprovadas diante do bom senso, da fraternidade, da solidariedade, do respeito à vida. Muitos pensam que Democracia é fazer o que bem quiser, como se fosse um Estado de Baderna. Não. Democracia prioriza os Direitos Humanos, a Dignidade e Garantias Fundamentais da Pessoa Humana. Ambas condenam quaisquer atitudes que violem, cerceiem a liberdade de expressão, de locomoção, da arbitrariedade e do absolutismo do Estado ao povo, à liberdade de consciência religiosa, filosófica e política etc.
Temos no Brasil Dignidade da Pessoa Humana quando o povo age de forma a defender atitudes egocêntricas em detrimento do bem-estar coletivo? Temos atos de civilidade quando condutores dirigem alcoolizados mesmo sabendo que podem causar sérios acidentes automobilísticos?
O uso de medicamentos para burlar o teste de alcoolemia se resume em verdadeiro estado de barbarismo e não de civilidade. Nos tempos da barbaria, cada qual tinha o juízo e comportamento no tocante a personalidade egolátrica, narcisa, mesmo que prejudicasse qualquer semelhante. Na barbaria, a conduta solidária, o respeito à vida, não são condutas aceitas, mas condutas dos espertos, dos conhecedores das leis, dos que possuem poder, dos que possuem mais força física.
“Sabe com quem está falando”?
“Sabe quem é meu pai”?
“Sabe que sou seu superior”?
“Sabe que tenho dinheiro e contratarei os melhores advogados”?
“Sou celebridade”?
“Fica tudo certo aqui e receba uma gratificação para esquecer este evento”.
É visível, acima, as nuances de egolatrias, narcisistas. Os outros são os outros, e não possuem valores, apenas são meros mortais diante da magnificência narcisista. Eis o condutor que burla a Lei Seca e que usa da lei (artigo 5°, inciso II, da Constituição Federal, de 1988) para esconder sua nefasta personalidade: narcisista.
A pessoa narcisista não é somente aquela pessoa que se envaidece diante do espelho e se sente a mais bela dentre todos os mortais. Os comportamentos podem ser variados diante de pessoa com extremo comportamento narcisista. São pessoas que farão de tudo para obterem o que querem, não são solidárias, mas oportunistas; aos olhos de tais pessoas, o prazer íntimo está acima de qualquer responsabilidade diante da coletividade. O complexo de narcisista pode estar associada à personalidade sociopata.
A construção de comportamentos e personalidades no âmbito de uma nação está de acordo com os comportamentos e valores do mesmo povo. As influências podem ser benéficas ou não, os resultados podem ser, respectivamente, civilidade ou barbaria.
As mortes no trânsito ocasionadas por condutores alcoolizados representam o quanto o Brasil se distancia da civilidade, as personalidade na nação brasileira. As desculpas de “esqueci”, “foi só hoje”, “sempre dirigi assim e nunca cometi acidente”, “aprendi a lição (pois fiz parado pela blitz da Lei Seca)”, não condizem com personalidades empáticas.
Barbarismo não é apenas a imposição da força sobre os mais fracos, das sentenças arbitrárias de um Estado Ditador, mas as condutas legais que ferem e matam concidadãos em nome de direitos unipessoais, e não coletivos.
Sobre o uso de medicamento para burlar a Lei Seca
“Devido a polêmica de que alguns motoristas após o consumo de álcool estavam utilizando o medicamento Metadoxil para enganar o bafômetro. Os Laboratórios Baldacci publicou a seguinte nota no dia 6 de fevereiro:
Com base em algumas reportagens e artigos recentemente veiculados pela mídia, referentes ao produto METADOXIL (Pidolato de Piridoxina) e o uso de instrumentos de aferição alcoólica ("bafômetro"), os Laboratórios Baldacci S.A. informam:
1. O METADOXIL é um fármaco indicado para tratamento de situações clínicas específicas como intoxicação alcoólica, alcoolismo crônico, fígado gorduroso e hepatite alcoólica; situações clínicas essas diagnosticadas e acompanhadas por médico.
2. A embalagem do METADOXIL contém tarja vermelha, o que indica ausência de risco de morte, mas que contém efeitos colaterais e deve ser "vendido sob receita médica", como descrito. A automedicação é desaconselhada e qualquer outro uso divergente do recomendado na bula é considerado inapropriado.
3. A aceleração do metabolismo do álcool é um dos mecanismos de ação do METADOXIL. Seu efeito não anula a concentração do álcool ingerido no sangue ou no ar exalado, e tampouco normaliza prontamente os reflexos alterados pelo uso do álcool. Portanto, o uso do METADOXIL não protege o motorista que ingeriu bebida alcoólica da condição de infrator e também não impede a detecção do uso de álcool pelo "bafômetro". Os Laboratórios Baldacci S.A. posicionam-se veementemente contra a divulgação do uso do METADOXIL para esta finalidade.
Ressaltamos que o alcoolismo é uma doença grave, provoca morte direta e indiretamente todos os dias, e necessita de tratamento médico. O METADOXIL é um medicamento indicado para o tratamento de transtornos hepáticos, inclusive os provocados pelo alcoolismo, e a divulgação do uso indevido prejudica a boa reputação do Laboratório, do medicamento, e de quem utiliza esse fármaco sob recomendação médica para as situações clínicas em que o METADOXIL está indicado e aprovado pelo órgão regulador. Os Laboratórios Baldacci S/A tem o compromisso com a qualidade de seus produtos, com a indicação adequada do uso assim como seus resultados clínicos”.