Alunos de uma autoescola de São José do Rio Preto (SP) estão reclamando da demora para fazer os testes e exames para conseguir a carteira de habilitação, que já foram pagos pelos alunos.
Todos os clientes tiveram problemas com uma mesma autoescola. Eles foram atraídos por uma oferta vantajosa, oferecida pela internet ou por jornais. O preço para tirar a carteira de habilitação é menor, por isso, a procura foi grande. Com isso, a empresa não consegue prestar o serviço e 40 pessoas já registraram a reclamação no Procon.
Para conseguir tirar a moto da garagem, a escriturária Maria José da Costa Arruda teve muita dor de cabeça. Ela acreditou em uma promoção que viu na internet, pagou R$ 540 para tirar a carteira de motociclista, mas levou um susto logo quando foi fazer os primeiros exames. “Na hora que fui fazer o exame de vista tive de pagar novamente. Depois fui à autoescola para receber o valor e o dono da autoescola gritou comigo e me constrangeu”, afirma.
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E a novela não terminou por aí. Indignada, ela pediu o dinheiro de volta, só que a autoescola se recusou a devolver o valor total. Maria José decidiu procurar o Procon e a justiça. “Tiveram três audiências no Procon e eles não compareceram. Aí fui para a juizado de pequenas causas e eles não compareceram. Deram a causa a meu favor e eles têm até o fim do mês para me pagar o valor corrigido”, explica.
O filho do construtor Júlio César de Freitas também não recebeu de volta o que pagou para tirar a carta. Os recibos estão guardados. Em oito meses deu tempo de sobra para pagar as cinco parcelas de R$ 200. Mas neste período o jovem sequer conseguiu fazer o exame escrito. “Meu filho precisa do documento porque trabalha em uma transportadora e tem a possibilidade de pegar um caminhão e ele não consegue porque não tem a carta”, diz o construtor.
Consumidor mostra recibo que foi pago à autoescola (Foto: Reprodução/TV Tem)
A manicure Carla Araújo Costa foi mais uma vítima. O processo da manicure demorou tanto que a jovem ficou grávida antes de conseguir fazer o teste escrito. E olha que a promessa era de que tudo seria bem rápido. “Prometeram que em quatro meses terminaria a carta. Foi tudo muito bom no começo, mas daí eles começaram a enrolar falando que tinha mais gente e tinha de agendar outra data. Aí descobri que estava grávida e não podia mais fazer”, afirma.
O gerente da empresa, Wanderley Leme, reconheceu o problema, mas disse que depende da Ciretran. “Tem exame escrito a cada 15 dias e na região com 180 mil habitantes tem exames semanais e aí anda mais rápido. Em Rio Preto tem uma taxação de aluno por carro no exame escrito. Seis alunos por carro. Uma escola com frota de cinco veículos pode marcar 30 alunos. Fizemos uma promoção na internet e vendemos a quantidade que vale por um ano. Então temos um ano para fazer a carta. Reclamações a gente tem, mas não vamos deixar ninguém perder a carta”, afirma.
Sobre as reclamações do gerente com relação à Ciretran, o responsável pela delegacia de trânsito não foi encontrado para prestar esclarecimentos.
