Prefeito Gilberto Kassab andou em um das bicicletas do programa Bike Sampa na manhã desta quinta-feira (24)
A partir desta quinta-feira (24), a população de São Paulo poderá alugar bicicletas de forma gratuita em vários pontos espalhados por São Paulo. O projeto Bike Sampa foi lançado no começo desta tarde em cerimônia na Cinemateca, na Vila Mariana, zona sul da cidade. O local é um dos pontos m que será feito o aluguel de bikes. Inicialmente, estão funcionando dez estações – interligadas em um raio de 1km - com mil bicicletas à disposição no bairro da Vila Mariana.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), participou do lançamento do projeto e disse que a convivência entre veículos como carros e ônibus e a bicicleta é algo que “deixa a desejar em São Paulo”. O Bike Sampa, segundo ele, é mais uma forma de tentar melhorar esta integração.
— Felizmente, conseguimos implantar ciclovias, ciclorrotas, que estão não só vinculadas ao lazer, mas também à mobilidade urbana. Esse projeto nos dá a oportunidade de melhorar a expectativa futura em relação a bicicleta. No dia que São Paulo completar 400 mil pessoas passeando na ciclofaixa aos domingos, posso dizer que a cultura da bicicleta foi estabelecida.
Os interessados em usar o sistema terão que se cadastrar pela internet no site www.bikesampa.com. É necessário cadastrar um número de cartão de crédito. Os usuários poderão usar o equipamento todos os dias da semana, de 6h às 22h, sempre por 30 minutos ininterruptos, quantas vezes por dia desejar. Após o tempo, o usuário terá que estacionar a bicicleta em qualquer uma das estações por um intervalo de 15 minutos. Caso queira utilizar o veículo sem pausa, serão cobrados R$ 5 por cada 30 minutos.
O secretário municipal de Transportes, Marcelo Branco, afirmou que em 30 minutos é possível andar de 4 km a 5 km.
— A grande preocupação era pensar o que os munícipes ganhariam com isso. O projeto foi desenvolvido pensando em interligar transportes coletivos com a bicicleta. A utilização deve se estimulada para que seja nesses 30 minutos.
Apresentador e espécie de padrinho do projeto, Luciano Huck se diz entusiasmado. Para ele, a bicicleta precisa ser usada como um “meio de transporte de verdade”.
— Ando cerca de 70 km por semana de bike. Além de ser o esporte que tenho mais afinidade, também uso como forma de transporte, não só como forma de lazer. Ela é um dos meios essenciais para desafogar o trânsito e criar algo bacana e limpo. Espero que São Paulo abrace a causa e a bicicleta faça parte do cotidiano. Espero que também as pessoas comecem a respeitar os ciclistas, isso é fundamental.
O projeto Bike Sampa é um acordo público privado com patrocínio do banco Itaú e prevê o compartilhamento de 3.000 bicicletas disponibilizadas em 200 estações espalhadas por todas as regiões de São Paulo até o fim deste ano.
As estações funcionarão alimentadas por energia solar e serão interligadas por sistema de comunicação sem fio, via rede GSM e 3G, permitindo que estejam conectadas com uma central de controle 24 horas por dia. A central irá monitorar em tempo real toda a operação do sistema. Será possível atender os usuários via celular e call center. Também será possível checar pelo celular se existe ou não o equipamento disponível no ponto mais próximo.
Falta de segurança
Ciclista profissional há cinco anos, Nilton César Filho, diz que, apesar da melhoria de estrutura nas cidades e de ações como o Bike Sampa, a situação ainda está “longe do ideal” para os ciclistas. Para ele, o pior problemas é a falta de respeito dos motoristas de carros.
— Infelizmente, encarar o trânsito não é nada fácil. E as pessoas precisam ter mais respeito pelo ciclista porque este meio de transporte é a promessa de futuro melhor para o trânsito nas cidades. Apesar das dificuldades, eu não tenho medo de andar nas ruas porque estou sempre bem equipado, capacete, tudo que precisa. Aliás, o ciclista também precisa fazer sua parte, né?
Exemplo carioca
O Rio de Janeiro foi a primeira cidade do País a realizar o empréstimo gratuito de bicicleta. Na capital carioca, o sistema começou a funcionar no final de 2011. Atualmente, são 600 bicicletas, 66 mil usuários cadastrados e cerca de 4.000 pessoas circulando em bikes alugadas por dia.
Paulistano já pode pegar bicicletas de graça pelas ruas da cidade - São Paulo - R7