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sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sociedade e políticos são autores da morte de Juan Moraes

A frase acima não tem nada de sensacionalismo, mas a pura verdade quando se analisa as décadas de descasos na sociedade do RJ. E no Brasil.

Por décadas a sociedade burguesa fez descaso com as populações carentes. Os políticos apoiados

pela burguesia apenas davam infraestruturas aos bairros nobres do RJ. Não é à toa que boas partes das arrecadações de impostos vão parar na melhoria de bairros de cidadãos com maior poder aquisitivo. Por pagarem mais impostos se vê a “lógica” de dar mais conforto, segurança, saneamento. Já os bairros que não possuem bons pagadores a “lógica” é investir menos: escassez de segurança pública, saneamento, planos de habitação.

O filme “Lúcio Flávio, O passageiro da agonia” - o filme relata a trajetória do criminoso Lúcio Flávio, famoso bandido da década de 70 que se tornou nacionalmente conhecido pelos roubos a banco e fugas espetaculares – trouxe à luz os acontecimentos entre Lúcio Flávio e policiais que o chantageavam e extorquiam dinheiro para mantê-lo solto. A corrupção policial já existia. Mostrava também os guetos num verdadeiro sectarismo social.

O filme “Cidade de Deus” mostra o crescimento do crime organizado na Cidade de Deus entre as décadas de 1960 e 1980 e o porquê da construção de Cidade de Deus. Na verdade era um gueto.

No Brasil, infelizmente, há descaso, soberba, oportunistas da miséria do cidadão alheio. A política em si visa alguns e não todos os brasileiros, principalmente os negros, nordestinos e outros que não fazem parte da sociedade “correta”.

Alguns leitores que acompanham as matérias aqui podem dizer que é retórico a questão da violência no RJ e até no Brasil, mas se é retorico é porque ainda imperam as desigualdades socioeconômicas, os privilégios, as separações.

Caso seja comprovado à ação policial quanto à culpa na morte de Juan Moraes não se pode esquecer que o policial não pode ser o único culpado. Não se justifica qualquer ato bárbaro, mas pela natureza mesológica o confronto em qualquer comunidade só pode ter violência. A ação policial em muitos casos é recebida a tiros – é notório à sociedade brasileira – por traficantes. Há claro, policiais que abusam do cargo que estão ocupando numa demonstração de abuso de autoridade.

São conjuntos de fatores que levam cidadãos brasileiros a morrerem grotescamente: despreparo dos policiais frente a incursões em locais onde há traficantes, descaso das autoridades públicas quanto à eliminação de traficantes, descaso com a saúde física e mental dos moradores de baixa-renda, sociedade burguesa que somente exige direitos para si deixando os menos favorecidos à mercê da sorte e de explorações alheias.

O Brasil não é somente conhecido como o país da impunidade, mas, também, o país das desigualdades sociais. É verdadeiro túnel do tempo: o Brasil parou e teima em permanecer nos séculos da Idade Média: faz quem pode (tem dinheiro, nome e sobrenome, poder), acata quem não pode (proletariado, negros, nordestinos, analfabetos).

Enquanto imperar a mentalidade soberana da desigualdade e indiferença vários “Moraes” serão mortos, mas jamais lembrados a ponto de a sociedade e políticos sérios quererem mudar a situação vexaminosa brasileira.

Todos, independente de credo, cor, religião, partido e filosofia, têm direito a uma vida digna, segura, que proporcione desenvolvimento saudável pelos próprios esforços diante de oportunidades iguais.

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