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domingo, 14 de novembro de 2010

Estudo vai divulgar soluções para o trânsito em Angra dos Reis

Angra dos Reis  - RJ

O trânsito de Angra dos Reis está a cada dia mais caótico. O setor - alvo das reclamações da população angrense - ainda não se adaptou ao crescimento desordenado da cidade. Por isso, transtornos como congestionamentos, colisões, atropelamentos e a má educação dos motoristas continuam sem solução.

- Tenho a impressão de que tudo o que os moradores cobram das autoridades fica sem resposta, parece que quanto mais a gente pede, mais eles fazem questão de não dar a menor importância. Será que eles acham que o trânsito não tem importância? Até onde eu sei, se pessoas estão morrendo por um problema, é porque isso precisa ser resolvido logo - destacou o eletricista Raphael de Almeida. 

Com mais de 148 mil habitantes, Angra dos Reis conta hoje com uma frota de 60 mil veículos, sem contar os veranistas que ficam no município apenas durante a alta temporada. Grande parte dos angrenses acredita que a desordem no trânsito da cidade se deve ao mau planejamento do setor, que não leva em conta o crescimento do número de habitantes e da frota veicular.

- As autoridades estão vivendo em décadas passadas. Eles acham que Angra tem 20, 30 mil habitantes e cuidam do trânsito em função disso. Por isso que está essa bagunça toda e ninguém consegue resolver essa situação. O poder público dessa cidade precisa acordar e ver que esse problema já passou da hora de ser resolvido - ressaltou o armador Gabrielli de Alcantâra.

Nos horários de maior fluxo de veículos, como no final da tarde, os congestionamentos no centro da cidade são inevitáveis. No trecho da altura da Praia do Anil, por exemplo, a fila de carros, ônibus e caminhões chega a quatro quilômetros.

- A forma com que vemos congestionamentos em lugares que não deveriam tê-los mostra a total desorganização do setor. Do jeito que organizaram a passagem de carros até o bairro Balneário e o péssimo lugar onde instalaram um sinal de trânsito reforça ainda mais a certeza de que está tudo errado, e o trânsito todo da cidade precisa ser alterado - disse o motorista Kléber Camargo.

A falta de orientação no tráfego complica ainda mais os congestionamentos. A má educação dos motoristas também causa mais transtornos.

- A nossa cidade possui cruzamentos estranhos e mais do que confusos. Por mais que tenham fiscais de trânsito, é muito difícil ver esses locais sem congestionamento ou sem alguma confusão. E como as pessoas não respeitam nada e nem ninguém vira uma bagunça, uma desordem tremenda - disse a dermatologista Josianna Braga.

No bairro Japuíba, a falta de sinalização adequada e de orientação aos motoristas é a causa principal de colisões e atropelamentos. De acordo com um levantamento feito pela Polícia Rodoviária Federal, é nesta localidade que são registradas cerca 60% dos atropelamentos da rodovia Rio-Santos. O morador André Alves foi testemunha do acidente que deixou uma mulher morta há dois meses. Ercy Leonardo da Silva, de 54 anos, atravessava a rodovia de bicicleta quando foi atingida por um ônibus da Viação Senhor do Bonfim. A ciclista tentou atravessar rapidamente a rodovia, e o motorista do ônibus não conseguiu parar o veículo a tempo. Morador da comunidade há mais de 20 anos, André ressalta que os atropelamentos no bairro são comuns, principalmente devido à imprudência dos motoristas.

- Andando a pé já é quase impossível atravessar a rodovia, de bicicleta então é ainda pior. Os motoristas não andam, eles correm na pista. Quem passar pelo bairro vai sempre correr riscos na hora de atravessar a Rio-Santos - destacou André.

Lei promete amenizar transtornos com ônibus

As péssimas condições do tráfego de ônibus também geram indignação na cidade. Apenas uma viação - Senhor do Bonfim - atende a todos os bairros. Reclamações como atraso no horário das linhas, descaso e estacionamento irregular são as mais frequentes. No intuito de tentar resolver essa questão, um projeto de lei foi aprovado durante a semana: o vereador Jorge Eduardo Mascote (PMDB) elaborou legislação que obriga a empresa Senhor do Bonfim a se adequar às normas que venham a atender de forma satisfatória a população. Entre as exigências do projeto estão a saída dos ônibus dos pontos no horário correto e a fixação dos horários nos pontos em locais visíveis. A intenção do projeto é estabelecer medidas respaldadas na lei para acabar com a superlotação que coloca em risco a vida dos usuários, além dos constantes atrasos que têm complicado a vida dos trabalhadores angrenses. Para entrar em vigor, só falta a sanção do prefeito Tucá Jordão (PMDB). Se for desrespeitada, a lei prevê ainda advertência, multa e, se forem constatadas cinco infrações, o alvará poderá ser cassado. 

- Ninguém aguenta mais os transtornos com essa empresa, há tempos a população está me cobrando. Não dá mais para esperar, a empresa Senhor do Bonfim tem que atender melhor aos usuários, pois é uma das tarifas mais caras do estado (R$ 2,40). E é por isso que fiquei tão feliz com a aprovação dessa lei. Espero que a situação melhore, e os usuários sejam tratados com dignidade - disse o vereador Mascote.

Estudo fica pronto, mas só será apresentado no final do mês

Com a intenção de amenizar os transtornos do trânsito de Angra dos Reis, a prefeitura solicitou um Estudo de Engenharia do Trânsito, produzido pela COPPE/UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). A previsão era de que o relatório fosse apresentado no dia 15 de setembro; porém, ele só ficou pronto essa semana e, para aumentar ainda mais as reclamações dos moradores, o documento será divulgado apenas no próximo dia 22. O evento de apresentação do relatório terá transmissão "ao vivo", pela TV Câmara. Também serão disponibilizadas tendas e um telão para que as pessoas possam assistir e participar da apresentação do estudo. Alguns vereadores de Angra dos Reis já confirmaram que solicitarão que o estudo seja disponibilizado para download na Internet.

O principal transtorno é que somente após a entrega do relatório serão efetuadas todas as alterações no trânsito de Angra. Mesmo assim, os moradores angrenses não possuem a certeza de que o trânsito terá melhoras significativas.

- Se em 10 anos as autoridades não conseguiram resolver nada, não acho que um estudo vai fazer com que eles mudem tudo o que a cidade precisa realmente. Tomara mesmo que esse relatório mostre todos os problemas que nós moradores já nos cansamos de reclamar. Mas eu só acredito vendo - destacou a massoterapeuta Jaqueline Rúbia.

Fonte:  Diário do Vale

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