Volta Redonda
A GM (Guarda Municipal) promove, desde sábado, uma campanha educativa sobre a Lei da Cadeirinha que entrou em vigor no dia 1º de setembro. A campanha "Abrace Essa Ideia e Prenda-se à Vida", que faz parte da comemoração da Semana Nacional do Trânsito e segue até dia 25
, está sendo realizada em vários pontos da cidade. Os agentes da GM orientam pais sobre o uso correto do dispositivo de segurança adequado para as crianças com idade até 7 anos e meio.Porém, segundo alguns usuários que foram abordados pelos guardas, os agentes desconhecem a alteração na norma para o transporte de crianças em veículos antigos que possuem apenas o cinto abdominal (dois pontos) no banco traseiro, publicada pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) em 6 de setembro. Nesse caso, o transporte de criança com idade inferior a 10 anos poderá ser realizado no banco dianteiro do veículo com o uso do dispositivo de retenção adequado para a criança (bebê conforto, cadeirinha, assento de elevação ou cinto de segurança, conforme a idade). O panfleto que está sendo distribuído pela campanha não menciona a alteração do Contran.
Foi o caso da fisioterapeuta Kênia da Silva, de 23 anos. Ela tem um bebê de seis meses. A criança estava no bebê conforto, dispositivo adequado à idade, no banco dianteiro do veículo, com data de fabricação de 1997, quando foi abordada por um guarda no Santo Agostinho. Ela afirmou que o guarda, além de adverti-la, desconhecia a lei. Kênia disse que o guarda só reconheceu a alteração depois que ela mostrou a edição do dia 7 de setembro do DIÁRIO DO VALE, que publicou a deliberação 100/2010 do Contran.
- A lei existe, mas os guardas não sabem informar e todas as vezes que um deles para me diz que eu estou errada. Um deles me disse para eu entrar no site do Contran, imprimir a lei e andar com ela no carro. Hoje (ontem) a minha sorte é que eu estava com o jornal no carro e mostrei para o agente. Mas ele adiantou que se o guarda quiser ele vai me multar e eu terei que recorrer depois - falou.
A professora Marta Santos, de 50 anos, disse que já pediu orientações a guardas que também não souberam informar sobre a lei.
- Está faltando informação e divulgação. Como eles (guardas) querem nos informar e nos multar, se eles mesmos não têm conhecimento da lei. Antes de a lei entrar em vigor, pedi orientação a um agente sobre qual dispositivo de segurança seria o adequado para o meu filho e ele não soube me informar. Gostei da lei e acho o cumprimento e a fiscalização necessários. Para acabar com a confusão os fabricantes poderiam começar a produzir cadeirinhas adequadas para os veículos com cinto de dois pontos -- opinou a professora.
Conduta de um agente não pode ser comparada à da GM, diz comandante
O comandante da GM (Guarda Municipal), Luis Henrique Monteiro Barbosa, disse que é improvável a conduta do guarda que abordou a fisioterapeuta. Ele informou que a instrução é fornecida aos agentes, mas a postura adotada depende de cada um e frisou que a conduta de um agente não pode ser comparada à da Guarda Municipal.
- É estranho, porque os guardas se interaram sobre a lei. Estamos passando apenas orientação para os pais, todos os guardas estão sendo orientados nesse sentido. Mas administramos pessoas, e não se pode levar a imagem de uma para toda a Guarda Municipal. O objetivo da campanha é educar e fazer com que a lei seja cumprida e não multar - falou, ao destacar que o material que está sendo distribuído na campanha foi confeccionado antes da deliberação do Contran.
Fonte: Diário do vale
