Quem leu o texto referente à pesquisa da Teoria do Vidro Partido vai se surpreender com este novo texto.
Pela leitura cuidadosa do texto viu-se a necessidade de sempre manter os objetos em boas condições como forma de demonstração de que não há abandono, descaso. Viu-se também que não importa a estratificação social para criar certa desordem de conduta.
O respeito, a tolerância, a conduta de obediência às regras sociais em si é uma conduta convencionada dentro de grupo para que possam alcançar um bem comum, isto é, a personalidade e caráter individual passam a ser controlada e até reprimida para dar lugar a uma personalidade coletiva cujos resultados esperados culminarão na convivência pacífica entre os próprios integrantes deste grupo.
Analisando a frase em nossa bandeira – Ordem e Progresso - veremos que há lógica nela. Sem respeito e atuação para aplicabilidade das leis como devem ser, não haverá ordem e, consequentemente, não há progresso.
A “ordem” é fruto dos atos condizentes com as leis criadas para poder beneficiar todos os indivíduos de um grupo sem que haja favoritismo individual, mesquinho. Porém cria-se certo “favoritismo” – como os Estatutos do Idoso e da criança, por exemplo – quando há uma parcela de pessoas do grupo que merecem, pelas condições físicas e mentais, maiores cuidados. Não se trata de um privilégio e descaso aos demais indivíduos deste grupo, mas uma coerência humana, e lógica, de atender, ajuda r aos que precisam de maiores cuidados e atenções.
Dessa “ordem” – quando se respeita e se coloca em prática – há o “progresso” nivelado para, no caso do exemplo, os jovens, adultos e terceira idade.
No trânsito vemos ausência de civilidade diante do idoso e da criança. Deveria ser mais respeitados pelas condições que possuem, porém o que se vê é o descaso e até falta de bom senso.
O desrespeito se vê claramente ao idoso quando este tenta atravessar a faixa de pedestre, nos assentos especiais em veículos de transportes coletivos, nas filas dos bancos etc.
Como são idosos parecem que não merecem cuidados especiais ou não merecem o devido respeito. Idoso no Brasil é sinônimo de inutilidade. Uma mentalidade atrasada que ainda reina em nosso país.
Por outro lado vemos as liberdades sem limites às crianças e adolescentes, mas alimentados por uma mentalidade de nova psicologia infanto-juvenil. As regras fixas, e até cercear a liberdade em certos momentos, se faz necessários para dar noções de conduta perante a sociedade e até a própria família.
Vemos dois opostos: os idosos que são subjugados pelos mais “fortes” e as crianças que são “estimuladas” a não terem regras ou a não obedecê-las.
Mais uma vez a Teoria do Vidro Partido vem somar a este texto e trazer a ideia de que as regras jamais podem ser esquecidas, inaplicáveis. Se hão regras ou leis, tanto para crianças e idosos, devem ser respeitadas e colocadas em prática.
Aos idosos o repeito pela condição frágil, a solidariedade necessária em momento preciso. E as crianças o tratamento correto de colocar limites nos próprios atos, mas de forma a educar – conscientizar – sem reprimir pela violência gratuita que não criará uma consciência social, mas revolta.
E o que se vê nas vias públicas? Crianças que atravessam as ruas sem qualquer cuidado dirigem veículos sentados nos colos dos pais, conduzidas sem cinto de segurança, andando nas ruas como se fosse extensão do lar.
Aos idosos? Já sabemos o trato que recebem.
A educação dos jovens pelos próprios pais permite que a Teoria da Janela Partida se confirme. Quando não há manutenção de regras não há ordem e muito menos progresso. Não falo sobre o progresso intelectual, mas da falta de progresso virtuoso necessário ao bem comum. Se os pais permitem aos filhos que não respeitem uma simples lei como a de não avançar o semáforo na cor vermelha como quererão que respeitem as demais leis? Ou, pior, dar a noção de impunidade quando pedem para o filho transferir os pontos ganhos negativamente na habilitação por avançar semáforo na cor vermelha.
Refletir é preciso.
