Quem já fez alguns simulados on-line na página do DETRAN e encontrou dúvidas?
Algumas perguntas e respostas não possuem lógica colocando em dúvida aqueles que prestarão prova.
Ressalvando: quando há erro a letra (opção) fica em vermelho; a opção correta em verde.
As questão que coloquei foram tiradas de alguns simulados on-line do DETRAN-RJ.
Vamos analisar:
1) A pergunta é enfática "em relação à circulação de pedestres". A referida objetividade é quanto ao pedestre e não ao ciclista. Caso houvesse intenção a objetividade deveria ser em relação ao ciclista.
O enunciado da questão é: " Em relação a circulação de pedestres, pode-se afrimar:"
As opções:
a) Os pedestres sempre terão a preferência de passagem sobre os veículos.
b) Nas vias rurais sem acostamento a passagem deverá ser feita em fila duplam e no mesmo sentido de circulação dos veículos.
c) É facultativa a passagem de pedestres em faixas próprias e passarelas.
d) O ciclista desmontado tem os mesmos direitos que o pedestre.
A resposta pelo site do DETRAN no simulado on-line é a resposta "d".
O capítulo IV do CTB (Código de Trânsito Brasileiro) trata dos pedestres e veículos não motorizados. Realmente o ciclista estando desmontado possui direitos igual aos dos pedestres.
CAPÍTULO III
DAS NORMAS GERAIS DE CIRCULAÇÃO E CONDUTA
Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
§ 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.
Vê-se claramente que todos os veículos, sejam motorizados ou não, têm responsabilidade e devem zelar pela segurança dos pedestres. A presunção de cupabilidade em acidente de trânsito será inicialmente dos condutores e a estes a provarem, por provas, testemunhas, a inocência.
Continuando na linha de raciocínio:
Art. 214. Deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo não motorizado:
I - que se encontre na faixa a ele destinada;
II - que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde para o veículo;
III - portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestantes:
Infração - gravíssima;
Penalidade - multa.
IV - quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja sinalização a ele destinada;
V - que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veículo:
Infração - grave;
Penalidade - multa.
Contudo, a pergunta fora em relação ao pedestre e como resposta é a letra "a".
2) A questão 26 tem como texto "Há um acidentado com suspeita de fratura localizada a mais ou menos 15 cm abaixo do joelho direito. Enquanto aguarda a chegada do resgate, a pessoa que socorre deve tomar a seguinte providência:"
Primeiros socorros - Fraturas
Fonte: ANFARMAG (Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais)
"Fratura é a quebra de um osso.
Parece simples, mas não é. Os ossos fazem parte do sistema músculo-esquelético, que dá forma, sustentação, proteção e movimento ao corpo. Portanto, um ferimento em qualquer parte do esqueleto pode afetar profundamente estas funções.
Além das fraturas, existem ainda outros 2 tipos de ferimentos nos ossos também considerados importantes. São eles:
Torções ou entorses: que são provocadas pela movimentação de uma circulação além dos seus limites (capacidade) fisiológicos.
Luxações: que se caracterizam pela perda de congruência articular. Essa situação pode ser traduzida como "um osso que sai do seu encaixe normal".
Não pense que será fácil distinguir uma fratura de uma entorse ou de uma luxação, pois seus sinais são muitos semelhantes.
Suspeite imediatamente da presença de fratura, quando a vitima apresentar:
Dor ou sensibilidade anormal (a vítima pode segurar o local afetado, tentando proteger-se da dor).
Inchaço no local.
Deformidade no local.
Presença de áreas arroxeadas.
Ausência de movimentos ou enorme dificuldade para movimentar-se.
Presença de pontas de ossos atravessados na pele.
Sensação de ossos quebrados sob a pele (crepitação).
Até que se prove o contrário, trate sempre como tendo fratura a vítima com qualquer história de queda ou outros acidentes diversos e que apresente alguns dos sinais e sintomas citados anteriormente.
Existem 2 tipos básicos de fraturas: as fechadas e as expostas (ou abertas). As fechadas são aquelas em que não acontecem cortes ou ferimentos na pele, que possam expor pedaços de ossos; já as abertas, apresentam ruptura da pele e exposição óssea.
Diante da suspeita de fratura, esteja atento à possibilidade de comprometimento de outras estruturas do corpo. Ex.: fraturas de costela podem atrapalhar a respiração por perfuração dos pulmões; fratura exposta na perna pode causar rompimento de vaso sangüíneo e conseqüente sangramento, podendo levar a um choque.
Como Socorrer
Não importando o tipo de lesão nos ossos, o primeiro socorro básico é a imobilização. Esse procedimento garante, além da diminuição da dor, a redução da possibilidade do agravamento. Reduzindo a dor, estaremos reduzindo o estresse, que é um grave componente da sintomatologia.
A imobilização deverá ser feita com uma tala, que pode ser improvisada ou do tipo disponível no comércio. Os tipos mais comuns de talas improvisadas são pedaços de madeira, papelão, revistas, travesseiros, cobertores e até mesmo o próprio corpo da vítima.
Dica sobre o assunto:
Durante a imobilização, converse sempre com a vítima.
A vítima deve sentir-se confortável.
Realize movimentos leves com as mãos, movimentando a parte afetada somente se necessário.
Suspeite sempre de outras lesões, além da mais evidente.
Os princípios básicos das imobilizações são:
Imobilizar antes de movimentar a vítima.
Cortar a roupa que estiver sobre a parte afetada, caso não seja possível visualizar a lesão.
Proteger ferimentos, por exemplo pontas de osso, com gazes ou pano limpo. Respeitar sempre a posição encontrada, não fazendo nenhuma correção ou tração, na tentativa de deixá-la "normal".
Respeitar sempre a posição em que a vítima sentir menos dor (posição antiálgica). Aplicar e fixar a tala de imobilização sempre em uma articulação acima e outra abaixo do local afetado.
Se possível, elevar a parte machucada para diminuir o inchaço e a dor.
Não apertar excessivamente as amarrações, muito menos fixá-las sobre o local afetado.
Acolchoar os espaços entre as talas e o corpo, utilizando toalhas, tecidos etc. Utilizar amarrações de tecidos largas o suficiente para não garrotear e impedir a circulação.
Cuidado!!!
As fraturas provocam muito impacto ao socorrista. Lembre-se que, apesar
destas serem graves, os outros tipos de lesões podem levar à morte mais rapidamente.
Acompanhe agora, algumas indicações de como imobilizar diferentes partes do corpo:
Ombro e Clavícula:
Utilize como tala o próprio corpo da vítima. Fixe o braço no tronco com um material em tecido, sob a forma de tipóia, deixando os tecidos visíveis. Caso queira intensificar a fixação, utilize um segundo material em tecido, para fixar o braço no tronco, como no caso da imobilização de braço.
Costelas e Esterno:
Fraturas graves, por causarem enorme dificuldade respiratória, devem ser imobilizadas como os ombros e clavícula, respeitando-se o lado afetado.
Braço (Úmero):
Respeite a posição na qual o braço foi encontrado, caso o braço esteja estendido ao longo do corpo da vítima. Caso esteja dobrado, utilize materiais em tecido, fazendo uma tipóia para apoiar o braço e, em seguida, outras duas amarrações, sendo uma acima e outra abaixo da lesão.
Antebraço e Punho:
Coloque sob o antebraço uma tala de madeira, revista dobrada ou até um guarda-chuva fechado. Os dedos devem ficar para fora ou segurando algo, para manter a curvatura natural. Utilize uma atadura ou material em tecido para fixar e improvise uma tipóia para que o braço não fique abaixado, aumentando o inchaço.
Pelve ("Bacia"):
Trata-se de uma imobilização difícil e que depende da ajuda de outras pessoas. Você precisará também de uma madeira longa, larga e forte o suficiente para acomodar uma pessoa. Se for possível, utilize uma tala de madeira longa que se estenda das axilas até os pés da vítima; caso contrário, o próprio corpo servirá para tal. Para isto, uma pessoa segurará firme a cabeça e outra, os pés. Uma terceira pessoa passará um pano para fixar os quadris, os joelhos e os pés, nesta ordem.
Em seguida, prepare a madeira longa (maca), colocando-a perto da vítima que será rolada sobre esta, sem muita movimentação. Lembre-se de colocar acolchoados entre as pernas e, antes de levantar a vítima para transportá-la, fixe-a na maca, para que não caia.
Fêmur:
O fêmur pode ser imobilizado com talas longas que se estendam do quadril até além do pé ou, até mesmo, utilizando-se da perna sadia como tala. Neste caso, antes de amarrar uma perna à outra, acolchoe-a e utilize amarrações de tecido bem largas para não garrotear. Acompanhe o desenho de imobilização da perna, para visualizar melhor.
Joelho:
O joelho pode ser encontrado estendido ou dobrado. Se dobrado, apoie-o sobre travesseiros e utilize talas para impedir que se estenda de volta. Se estendido, imobilize-o como no caso do fêmur.
O primordial é lembrar-se de jamais tentar corrigir uma lesão, trazendo o membro de volta ao normal, pois este é um procedimento médico e de altíssimo risco para a vítima.
Perna:
Utilize talas firmes que se estendam até além dos pés e fixadas com material em tecido. Fixe bem as duas articulações (joelho e tornozelo), executando a amarração em "8", conforme será descrito a seguir nas imobilizações de pé e tornozelo. Na ausência de talas firmes, lance mão da perna sadia para imobilizar.
Pé e Tornozelo:
Para imobilizar o pé e o tornozelo, pode-se utilizar toalhas e talas, lembrando-se sempre de manter a imobilização fixa acima e abaixo da lesão e de maneira confortável. A fixação do pé pode ser feita com um tecido, fazendo a figura de um oito para mantê-lo em posição natural.
Coluna:
Fraturas na coluna são consideradas graves e com grande possibilidade de causarem seqüelas.
Estas lesões são originárias de grandes acidentes e traumas como: quedas de altura, atropelamentos, colisões de automóveis ou motocicletas, acidentes de mergulho e até ferimentos por arma de fogo. Alguns sinais e sintomas indicativos de lesão na coluna são:
Paralisia (a vítima não consegue movimentar-se).
"Formigamento".
Dificuldade respiratória.
Perda do controle da evacuação e urina.
Estes sinais e sintomas dependem da intensidade e local afetado da coluna.
Se a vítima estiver consciente, converse com ela, peça-lhe para apertar sua mão e movimentar os pés, para que possa ter uma idéia de suas limitações.
Proceda como nos casos de imobilização da bacia, conseguindo auxílio e uma tábua/maca.
O primeiro socorrista segura firmemente a cabeça da vítima, enquanto um segundo providencia a improvisação de um colar para o pescoço, utilizando tecido ou toalhas.
Jamais o primeiro socorrista deve largar a cabeça da vítima, para impedir o aparecimento de outras lesões.
Em seguida, utilize amarrações como no caso da bacia, sendo que os braços devem também ser amarrados sobre o tórax."
Como exposto não há erro no procedimento de uso de talas, aliáis nos estabelecimentos licenciados pelo DETRAN há DVD sobre os primeiros socorros; e o uso de tala é um dos temas.
3) Questão 16: A poluição atmosférica pode causar várias doenças e conseqüências ao organismo humano, a vida em geral.
A resposta correta no simulado do DETRAN é a letra "d" (ardência nos olhos, dificuldades de respirar e náuseas).
Porém as pesquisas têm demonstrado que causa, e outros efeitos (aborto, asma, bronquite, enfisema pulmonar, etc), hipertensão arterial.
Uma análise feita com agentes de trânsito demonstrou a elevação da pressão sanguínea devido ao monóxido de carbono.
Concluímos que as letras "d" e "c" estão corretas.
4) Questão 19. "Quando a lanternas de posição de um veículo estiverem queimadas, a condução deste veículo durante o período noturno:"
Opção correta com base no simulado: " Poderá comprometer o reconhecimento da presença e da largura do veículo pelos usuários da via."
Exposição do CTB, artigo 40:
Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes determinações:
I - o condutor manterá acesos os faróis do veículo, utilizando luz baixa, durante a noite e durante o dia nos túneis providos de iluminação pública.
Art. 250. Quando o veículo estiver em movimento:
I - deixar de manter acesa a luz baixa:
a) durante a noite.
Infração - média;
Penalidade - multa.
A questão e a resposta correlacionam o uso de luz de posição que são as lanternas dos faróis cuja função é demonstrar a largura e presença do veículo.
Da conclusão temos a invalidação desta questão, pois o uso de luz de posição é incorreto e cabível a infração média.
5) A questão 25 trata de pessoa em convulsão. A opção correta é "deitar a vítima de lado, proteger sua cabeça e colocar um pano entre os dentes".
Ato incorreto, pois uma pessoa em convulsão deve ser, primeiramente ,protegida a cabeça. O ato convulsivo representa descargas elétricas desordenadas de grande intensidade do cérebro as demais partes do corpo. Tem as constrações musculares (espasmos musculares) involuntárias. Tentar colocar a pessoa de lado em estado convulsivo é atitude errada, podendo causar danos maiores. A recomendação é apenas apoiar a cabeça para não ficar batendo no solo. Só depois que passar os espasmos musculares é que se deve colocá-la deitade de lado (decúbico lateral), ver se há algum objeto que obstrua a passagem de ar pelas vias aérias, verificar pulsação e respiração e, caso necessário, aplicar os procedimentos de reanimação (cardíaca ou respiratória ou cárdio-respiratória).
Fonte: Manual de Socorro de Emergência. Ed. Atheuneu. Colaboração na edição do livro: oficiais do Corpo de Bombeiros.
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