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domingo, 31 de janeiro de 2016

O ópio do Carnaval e o 'pão e circo' da política brasileira

A piscina está cheia de ratos, como dizia Cazuza!

São 0h56min. Sábado [30/01/2016], eu em casa — e um calor infernal. Alguns leitores poderão me perguntar "Cara, você não sai?", aí eu respondo:

"Depende"!

Uma ida ao shopping, um açaí, o qual amo demais. Escutei de pessoas sentadas na cadeira ao lado se enaltecerem pela oportunidade de poderem viajar durante o carnaval. Já em minha residência, programas televisivos com ornamentos

carnavalescos. Algumas mulheres semipeladas — minúsculos biquínis — para os jurados poderem se deleitar com os corpos femininos. Não sou puritano, que fique solar. Não obstante, pela persistência machista no Brasil, só posso dizer que a mídia deveria mudar e abraçar, de vez, as novas ideologias sobre a mulher: ela tem dignidade e não é objeto sexual dos homens.

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Publicidade 'politicamente correta' da época: mulher apanha do homem. Motivo? E precisava de motivo para o homem bater, na época, em mulher? E veja a felicidade [sorriso] dela em apanhar. Tapinha não dói?

Sempre me debrucei sobre os problemas reais de nosso país, que fique claro. Não sou de direita, esquerda, ou centro avante, se existir. Já que são tantos partidos e tantas ideologias — liberalismo, ultraliberalismo, comunismo, socialismo, socialismos democrático —, que às vezes me perco. E quem não se perde?

Pois bem! Sem ser estraga prazeres, e sendo para alguns, vamos aos fatos:

· Lula agora é investigado, e não colaborador;

· O Impeachment de Dilma Rousseff está em pauta;

· Lava Jato está 'lavando' a sujidade das maracutaias lobistas e políticos;

· Os preços, em geral, estão, ainda, altíssimos para a maioria dos brasileiros — principalmente para os milhões que dependem do Programa Bolsa Família;

· O piso salarial nacional é pior que uma chicotada no lombo. Pelo menos, durante a escravidão, os escravos sabiam que eram escravos. Na 'liberdade' e nos 'direitos humanos', o proletariado brasileiro acredita que não é escravo, que a Carta Política de 1988 é aplicada fielmente;

· As ações afirmativas — Lei Maria da Penha, cotas raciais etc. — são lindas nas 'leis de papeis', mas a realidade é cruel: as mulheres ainda são consideradas subprodutos da natureza; os estudantes carentes são massacrados pelas concessionárias de serviço público de transporte público — motoristas não param; os idosos têm direitos a meia entrada, assim como os estudantes, mas estes direitos não são respeitados. E assim por diante, na esteira das violações da dignidade da pessoa humana [brasileira];

· Os alimentos dos brasileiros estão, literalmente, encharcados de agrotóxicos. Pesquisas indicam que a obesidade mundial pode ser uma consequência do uso, indiscriminado de agrotóxico. E há o caso de desenvolver vários tipos de cânceres;

· O Sistema de Saúde brasileiro precisa de médicos. Sendo um serviço público de cunho obrigatório do Estado, e sendo um direito social, mais uma vez a dignidade humana dos brasileiros se mostra indigna;

· Os subsídios dos agentes políticos são dignos de monarcas. Ao passo que os salários dos proletariados se assemelham aos servos da Idade Média;

· Desemprego;

· Juros altíssimos, como sempre;

· Eduardo Cunha fazendo o que bem entende na Câmara dos Deputados;

· As obras para as Olimpíadas que não terminam. Continuando no Rio de Janeiro, linhas de ônibus trocadas e a população não sabendo em qual local estão os novos pontos, obras que trouxeram mais pesadelos do que benefícios, gastos inoportunos com a Copa Mundial de Futebol [2014] e com as Olimpíadas [2016] — a quem beneficiará mesmo? —, a violência cada vez mais desumana etc.

· A prostituição infantil aumenta;

· O homicídio aumenta.

Destarte, tudo está bem na terra tupiniquim. Não é momento de se importar com tudo isto. É hora de pegar a fantasia, tentar viajar — já que engarrafamentos formar-se-ão, porque o transporte público é uma borrada à dignidade humana dos passageiros —, carregar todos os cartões de créditos para poder gastar na 'felicidade' do Chopp gelado e outros gastos necessários para quem viaja ou para quem fica.

Ah! Tantas emoções em cada carnaval. As Prefeituras multam o indecoroso e 'porco' cidadão que urina na calçada — enquanto os banheiros químicos não atendem a demanda —, as tampinhas de garrafas caem nos bueiros — depois vêm as inundações —, os acidentes de trânsito aumentam, filhos são gerados sob os efeitos de drogas lícitas e/ou ilícitas, carros são estacionados nas calçadas, como de costume — só que durante a catarse carnavalesca 'tudo é permitido, nada é proibido" —, os agentes políticos inidôneos tramam, junto com lobistas, novas formas de lesar os Cofres Públicos.

Ah! Terra abençoada por Deus, que tem maravilhas mil. Terra que agrada a todos os turistas vindos de outros países. Sejam bem-vindos!

No ópio do Carnaval, só não se diverte quem resmunga da realidade do Brasil!

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