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domingo, 17 de maio de 2015

Como o Uber está modificando a questão da mobilidade urbana

O Uber é um aplicativo que oferece serviços de motoristas autônomos a pessoas comuns, desde 2009, ano de sua fundação nos Estados Unidos. Desde então, tem sido protagonista em diversas polêmicas relacionadas à mobilidade urbana. O serviço atua quase como um substituto do táxi, sendo em alguns casos mais barato e, por isso, tem sido tão polêmico. A questão levantada pelo Uber é como a tecnologia pode mudar a maneira como as pessoas se movem pelos centros urbanos e como se relacionam com esses meios. É o que diz a diretora global de comunicação da América Latina do Uber, Ana Paula Blanco, que falará sobre a ruptura provocada pelo serviço em diversos lugares do mundo durante a palestra 'Uber: Táxi e inovação já, por favor!'. A palestra acontecerá no ProXXIma 2015, do Grupo Meio & Mensagem, que acontece entre os dias 18 e 19 de maio, em São Paulo.

A seguir, entrevista exclusiva com Ana Paula Blanco na qual a executiva aborda o modelo de negócios do Uber e a recente polêmica da proibição do serviço no Brasil.

ProXXIma - Você pode adiantar o que irá abordar no seu painel do Proxxima 2015?
Ana Paula Blanco - O evento da ProXXIma é uma referência na América Latina em inovação e tecnologia. É uma honra ser parte dele! Quero compartilhar a visão de Uber sobre como a tecnologia pode mudar a maneira que as pessoas se movem nos centros urbanos. Minha palestra será focada em disrupção e inovação como agentes de mudança na sociedade.

ProXXIma - Qual é o foco do modelo de negócios do Uber?
Ana Paula - De uma forma muito simples, a Uber conecta motoristas particulares com os usuários que querem esse tipo de serviço. Queremos tornar cidades mais acessíveis e oferecer novas maneiras de se locomover e, ao mesmo tempo, criar milhares de novas oportunidades econômicas para os motoristas em toda parte. Hoje, a Uber está operando em mais de 300 cidades em 56 países.Claro, temos uma série de diferentes produtos, como UberRush, que ajudam as pessoas a entregar as mercadorias por meio de mensageiros de bicicleta em cidades como Nova York, ou UberEats, um serviço de entrega de comida que já está operando em várias cidades da Europa e dos EUA.

ProXXIma - Como vocês lidam com as questões burocráticas como a que aconteceu recentemente no Brasil, Alemanha e Espanha?
Ana Paula - A inovação sempre vem em primeiro lugar. Por exemplo, quando o primeiro carro atravessou as ruas, não havia leis específicas. Elas apenas foram criadas quando a sociedade percebeu essa inovação como algo bom para todos. Atualmente, estamos conversando com os governos para mostrar os benefícios que Uber pode trazer para as cidades, seja por conta das milhares de novas oportunidades econômicas e ou por oferecer uma nova maneira de se mover nas cidades. Em Boston, por exemplo, temos uma parceria com a prefeitura e nós compartilharmos os dados gerados a partir das viagens da Uber com o município de modo que possam usá-los para descobrir como melhorar o transporte público na cidade.

ProXXIma - Qual é a visão do Uber a respeito de mobilidade urbana?
Ana Paula - Acreditamos que, para encarar o desafio da mobilidade nas grandes cidades, é preciso oferecer uma gama cada vez mais ampla de opções de transporte às pessoas. A Uber é mais uma alternativa para quem decide abrir mão do carro particular.Em Paris e na Cidade do México (que tem mais de 300 mil usuários), onde a Uber está presente há mais tempo, os dados de utilização da plataforma mostram que os veículos costumam levar os passageiros até as extremidades dos sistemas de trilhos, ou seja, a Uber é complementar ao sistema de transporte público. A Uber faz parte de uma tendência mundial de compartilhamento de bens que impacta positivamente o meio ambiente. No contexto da mobilidade urbana, essa tendência se evidencia no número crescente de pessoas que optam por carros e bicicletas compartilhados, carona, táxi e transporte público. Um Uber em serviço pode retirar de cinco a 20 carros das ruas, todos os dias.

ProXXIma - O que significa para a Uber ser vista como uma empresa que provoca uma ruptura no mercado de carona e táxi urbano?
Ana Paula - A Uber traz um modelo disruptivo e inovador, algo que não existia antes. Nossa plataforma conecta motoristas particulares a usuários que estão interessados em contratar esses profissionais. Isso tudo com um simples toque no celular. Para nós, ser disruptivo significa ser mais uma opção de mobilidade para a população, de ser uma solução para o trânsito nas cidades e na geração de oportunidades de empregos. Em 2015, queremos atingir a marca de 1 milhão de oportunidades no mundo todo, o que é importante para o desenvolvimento da sociedade. Nossa atuação tem um importante impacto em diversos setores e impacta de forma positiva as cidades.

ProXXIma - Em Nova Deli, na Índia, o Uber foi proibido após acusação de passageira contra o motorista por estupro. Como vocês lidam com essa questão?
Ana Paula - Foi um crime terrível. Nós ajudamos a polícia local com todas as informações que tínhamos e o criminoso foi preso no mesmo dia. Segurança é prioridade para nós e investimos para aumentar cada vez mais a segurança de nossos passageiros. Os nossos serviços funcionam normalmente em Nova Deli, com mais uma camada de segurança.

Toda a plataforma da Uber foi desenvolvida com foco em segurança, desde o início. O aplicativo também conta com camadas importantes de segurança. Um exemplo é que o motorista não tem acesso ao telefone do cliente e vice-versa. Desse modo, preserva-se a privacidade de ambos. Pelo aplicativo o passageiro também pode compartilhar com quem quer que seja o trajeto, o que permite que um terceiro acompanhe o caminho que está sendo feito pelo motorista e o exato momento de chegada do usuário ao destino. A Uber também garante que os passageiros viajem sem a necessidade de carregar dinheiro: como eles cadastram o cartão de crédito no aplicativo, o pagamento é feito diretamente, sem o uso de dinheiro.Além disso, após cada viagem, o usuário precisa necessariamente dar uma nota para o motorista, de uma a cinco estrelas. Caso a nota do motorista-parceiro se mantenha abaixo da média (4.6), ele recebe um feedback da Uber para que possa aprender e melhorar. Se, mesmo assim, se mantém com uma nota baixa, é desligado da plataforma. A média nacional é de 4.8, o que mostra que o usuário aprova o serviço. O motorista também dá uma nota para o passageiro após a viagem - caso sua nota se mantenha baixa, o próprio usuário também pode ser desligado da plataforma. Nossa operação está funcionando completamente na India e, recentemente, Calcutá, uma das suas principais cidades, aprovou uma regulamentação específica a favor da economia compartilhada.

ProXXIma - O que é preciso para ser um motorista da Uber?
Ana Paula - Oferecemos uma plataforma tecnológica para que os motoristas parceiros possam aumentar os seus rendimentos e para que os usuários sejam capazes de encontrar motoristas confiáveis e desfrutar de passeios de seguros. Para se tornar um motorista é exigida uma carteira de motorista especial (chamada EAR), que lhes permite exercer atividade remunerada. A Uber não contrata motoristas e não é proprietária de nenhum veículo. O candidato se registra no site Uber e, posteriormente, tem os antecedentes criminais verificados no nível federal e estadual. Eles também têm que possuir um veículo sedã, com bancos de couro e ar condicionado. Os veículos devem ter pelo menos três anos de fabricação e contar com um seguro que cubra motorista e passageiro. Quando o motorista quiser trabalhar, tudo o que ele tem a fazer é ligar o aplicativo. Não há tempo mínimo de trabalho.

http://www.proxxima.com.br/home/cobertura-evento/2015/05/15/Como-o-Uber-esta-mudando-a-mobilidade-urbana.html

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