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quinta-feira, 8 de maio de 2014

A Legitimidade da greve dos motoristas de ônibus

Trânsito Escola – Os empregados de linhas de ônibus do Rio de Janeiro entraram em greve reivindicando melhores salários entre outras exigências. Para entender o motivo da greve é preciso analisar a própria Constituição Federal de 1988 sobre o salário mínimo:

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social

(…) 

IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”.

Apesar dos aumentos nos pisos salariais e na cesta básica, não se pode esquecer que há descontos nos mesmos, o que diminui o poder aquisitivo dos empregados de transporte público de ônibus.

Seria interessante as empresas de ônibus ou os próprios grevistas detalharem os descontos em folha para que a população possa realmente saber se tais aumentos dados pelas empresas de ônibus são capazes de respeitarem o preceito Constitucional contido no artigo 7°. Tudo bem que o piso salarial é de competência do Governo Federal, o que, infelizmente, não garante a realização plena do artigo mencionado.

Outra reivindicação é quanto a dupla jornada de trabalho, no caso, o término desta prática perigosíssima aos próprios motoristas e a todos os demais usuários de vias terrestres. Por mais que se fale que o motorista, com a função também de trocador, não dirige o ônibus no momento do troco, é falácia.

Há carga horária, assim como tempo a ser respeitado pelo motoristas ao itinerário, o que é monitorado por fiscal de cada concessionária de transporte público. Dizer que as empresas de ônibus não possuem condições de dar aumentos condizentes com os pedidos dos grevistas também é dizer que todos os ônibus do Brasil estão em perfeitas condições de transitabilidade, ou seja, assentos não soltos e limpos, interior do ônibus asseado, pneus não carecas etc.

Os empresários de ônibus vêm conseguindo enriquecer há década sem que o povo tenha serviços de qualidade, além disso, motoristas são sacrificados dia a dia pelas más condições de trabalho. O lobby empresariado é muito forte e tem direcionado a vida dos cidadãos, graças claro, aos administradores públicos, que ganham muito dinheiro nas transações particulares (improbidade administrativa).

Enquanto o transporte público, no caso ônibus, no Brasil, não representa cidadania, em outros países, os cidadãos sentem prazer em transitar nas vias públicas dentro dos ônibus. Por quê? Qualidade no serviço, que se traduz em segurança, conforto, higiene.

Para saber mais leia (a página só é possível visualizar em cache):

No dia 1º de abril, um passeio por um Rio que nunca saiu do papel

 

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