Trânsito Escola – Quem ainda não ouviu sobre o Canal do Otário? De forma denunciativa, mas sem perder o humor, Otário fala das arbitrariedades das empresas particulares no Brasil.
Sabemos que os direitos dos consumidores, muitos deles, apenas são belos nas folhas de papéis, já na realidade (…) vamos deixar para outro momento.
“Sinto saudades do ônibus”. Bom, não sei quem sente saudade do ônibus já que o transporte público brasileiro é um dos piores do mundo seja ônibus, trem, metrô. Pior no sentido de atrasos constantes, falhas técnicas etc.
O problema do transporte brasileiro, ou mobilidade urbana, não é caso de solução, mas de falta de pessoas competentes, administradores públicos, para resolverem, de vez, a dor de cabeça brasileira, para que o povo possa se deslocar com qualidade de vida nas vias urbanas e rurais.
Senhores leitores, a ideia de baratear os automotores para que a economia brasileira cresça, e para que o povo, os que são miseráveis ou semimiseráveis, possam ter conforto e realização é puro conto de Alice no País das Maravilhas.
Países desenvolvidos priorizam transporte de massa como, principais, trem e metrô, e, secundariamente, os ônibus. Só nos países subdesenvolvidos, economicamente e mentalmente, a ideia de se privilegiar o transporte individual é a prioridade. Claro que há interesses para isto. Sabemos que as filiais das transnacionais e seus lobistas influenciam, demasiadamente, os governantes. Não podemos esquecer que é histórica a influência das multinacionais nos países subdesenvolvidos, principalmente nas economias internas dos países que sediaram as multinacionais.
Os veículos produzidos e vendidos nos países de origem são acessíveis à maioria dos povos locais, já nos países que têm filiais (multinacionais), os veículos são mais caros. Interesses econômicos, claro. Sabemos também que as multinacionais e seus lobistas sempre fazem de tudo para que empresas automobilísticas do país de origem, exemplo do Gurgel, não ganhem mercado interno – e, claro, mais uma vez temos lobistas de mãos dadas com gestores públicos, que é acontecimento mundial, mas nos países subdesenvolvidos a influencia é maior, muito mais do que se pensa.
Enfim, os veículos brasileiros, mesmos os produzidos pelas multinacionais, não são confortáveis e seguros se compararmos com os veículos de outros países, e não precisamos ir longe: México, Argentina. Não sei se você concorda, mas entre ter um carro básico brasileiro e ter que pagar vários impostos, sem ter qualidade nas vias públicas brasileiras, como excessos de gases tóxicos, de som, de buracos nas vias, de congestionamentos, e ter que pegar condução pública – filas intermináveis, assentos parecidos com o veículo dos Flintstones, atrasos constantes, motoristas sem responsabilidade com a vida dos passageiros – o melhor mesmo é pedalar ou andar a pé. Como assim?
Pedalar e andar a pé não gasta combustível, não precisa pagar para renovar a habilitação, não precisa pagar IPVAT, não é furtado, dentro da lei, pela indústria da multa.