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sábado, 11 de agosto de 2012

Escassez de água doce: e como ficam as indústrias de tabaco e bebidas alcoólicas?

Matéria de Brasil Progresso

Há inúmeros documentos afirmando que o “ouro” do século XXI, e demais séculos, será a água doce. Há também campanhas educativas do uso consciente da água doce seja ao tomar banho, lavar utensílios domésticos, escovar os dentes, lavar varanda com balde etc.

Os inúmeros alertas sobre a escassez de água doce no mundo recaem sobre consumidores, agricultores, indústrias em geral. Em 2005 a ONU deu seu parecer sobre a água doce no mundo:

“Em 2005 vai faltar água para dois terços da população mundial”.[1]

Na África e Oriente Médio, pessoas já disputam e brigam por um copo d’ água. No México, Hungria, Índia, Tailândia e Estados Unidos (EUA), as situações quanto à distribuição e reservas de água são críticas.[2]

No Brasil o quadro é preocupante. Dos doze mil lixões existentes, 63% (sessenta e três por cento) estão próximos de rios e mananciais. E 70% por cento do esgoto sanitário no Brasil são jogados nos rios, lagos e mares sem quaisquer tratamentos - não é à toa que a maioria dos cidadãos brasileiros devem tomar remédios contra amebíases e lavarem muito bem os legumes, verduras e frutas com água sanitária.

Não podemos esquecer que o abastecimento de água doce na maioria dos países obedece ao conceito de renda per capta, ou melhor, populações ou regiões com maior poder aquisitivo têm preferência nas políticas de saneamento básico; é perfeitamente visível se verificarmos, no Brasil, por exemplo, as regiões que concentram maiores renda per captas, indústrias. Ao que tudo indica o simples morador de localidade sem quaisquer indústrias ou grande movimentação de dinheiro é delegado ao futuro do “Deus dará” do saneamento básico.

Água doce escassa. Até onde vai a lucidez humana?

Se a água doce no mundo está realmente escassa e até faltando em alguns países por que, então, a humanidade se confunde com racionamento versus irracionalidade?

Tabaco

Como assim? Vejamos. A produção mundial de fumo é bastante concentrada em alguns poucos países.

Os principais produtores como China, Índia, Brasil, Estados Unidos, Zimbábue e Indonésia são responsáveis por cerca de 70% do total mundial. A Fumicultura no Brasil está relacionada exclusivamente nas pequenas propriedades rurais. Os maiores produtores de fumo do Brasil são os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia. [3]

São milhões de hectares usados e toneladas de água para o cultivo de tabaco no mundo. Ora, se há contabilização de gastos com água doce versus reservas e quantidades de água disponível no mundo parece estultícia querem, ainda, se produzir tabaco para fumo (cigarro, cachimbo etc.). À luz da razão, o que é melhor: acabar com as plantações de tabaco ou com as reduções de plantios de cereais, frutas, hortaliças?

Há lógica. Se há escassez de água doce, as plantações de tabaco estão gastando toneladas de água anualmente, que poderiam ser usadas na produção de cereais, hortaliças, tubérculos, dos quais também se há confirmações de subnutrição e fome mundial por relação de produtividade e população mundial. Sobre os malefícios do tabaco, já é de conhecimento mundial, principalmente nas grandes metrópoles mundiais ou onde se tem contato com noticiários.

Em 2006 o relatório da Reunião do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC) declarou que:

“O tabaco contribui para o empobrecimento dos indivíduos e de suas famílias porque os seus consumidores têm maior chance de adoecerem, perderem produtividade e renda... Além disso, a produção agrícola de tabaco e a manufatura dos seus derivados podem contribuir em alguns casos para o adoecimento e o empobrecimento das famílias envolvidas nessas atividades. Tabaco e pobreza formam um ciclo vicioso do qual é difícil escapar...” [4]

Os malefícios do tabaco seja por produção industrial ou, atualmente, o cultivo nas residências [5], não livram o ser humano de doenças respiratórias, circulatórias. Tabaco libera monóxido de carbono, quando se é queimado em forma de cigarro ou dentro de charuto, que traz inúmeras doenças ao aparelho respiratório e até circulatório, pois há enorme produção de radicais livres no organismo pela oxidação do oxigênio provocado pelo monóxido de carbono.

Bebida alcoólica

São necessárias toneladas de água para o cultivo de trigo e mais toneladas de água são necessárias para a produção das bebidas alcoólicas. A OMS já deu seu parecer sobre o problema de ingestão de álcool no organismo humano:

“O abuso do álcool mata mais do que AIDS, tuberculose ou violência, sendo responsável por quase 4% de todas as mortes pelo Mundo, de acordo com um estudo divulgado nesta sexta-feira pela Organização Mundial de Saúde (OMS)”. [6]

O problema do consumo do álcool está na quantidade ou na forma que o usuário vê os benefícios do álcool em sua vida? Pessoas consomem álcool por vários motivos: desinibir, relaxar, motivar, encorajar, esquecer, alegrar, inspirar.

Por mais que se diga a quantidade correta para se consumir álcool e não ter os efeitos deste é querer omitir a irrefutável liberdade pessoal. Mesmo com leis penais que condenem e tenta impedir maiores crimes, a verdade é que na atualidade tais leis não surtem tantos efeitos, senão os presídios não estariam lotados por condutas de homicidas, de estupradores etc.

Além dos crimes oriundos dos efeitos do álcool, se bem que o álcool não incuta uma nova personalidade no indivíduo que ingere álcool, mas enfraquece o superego, a quantidade de água doce usada na fermentação dos grãos de trigo é enorme. Não se perdendo apenas nesta questão, o consumo do álcool, em excesso, leva a desidratação, isto é, mais água doce será necessária para hidratar o corpo de quem consome bebida alcoólica.

Se apreciarmos a boa matemática financeira veremos que a produção e ingestão de álcool não são benéficas à economia mundial seja pelos gastos na produção e fermentação, dos tratamentos frente aos alcoólicos e suas doenças (cirrose hepática, delírios, enfraquecimento das válvulas venosas e consequentemente surgimento de varizes etc.), dos inúmeros crimes pelo consumo de álcool e, posteriormente, ressocialização dos criminosos.

Não há lógica econômica quando se tenta esquecer ou não incluir os reais problemas humanos. Enfim, saúde humana, o controle da água doce não dizem respeito somente aos governantes, mas todos os seres humanos.

[1] – Revista do CREA – PR – edição 01;

[2] - Revista do CREA – PR – edição 01;

[3] – www.águaviva.com.br

[4] - http://vivaagora.com.br/noticia.php?cod=134

[5] - http://mezinhas.planetaclix.pt/tabaco/

[6] - http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4941520-EI8147,00-OMS+alcool+mata+mais+do+que+aids+tuberculose+e+violencia.html

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