Florianópolis - A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Centros de Formação de Condutores – SINTRAUTO está chamando para o próximo domingo assembleias extraordinárias para debater com seus associados a possibilidade de deflagração de greve, por tempo determinado ou indeterminado.
Os trabalhadores em escolas e centros de formação de condutores reivindicam um salário de R$ 2.200,00. Atualmente o piso dos cerca de 4 mil instrutores catarinenses é de R$ 981,00. As tentativas de acordo com o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Santa Catarina – Sindemosc até o momento foram frustradas. A contra-proposta apresentada pela direção patronal foi de um reajuste de 6,5% o que daria o valor de R$ 1.045,00, menos da metade do reivindicado pelos trabalhadores.
Além disso, os patrões propõem o estabelecimento de intervalo intrajornada de até 5 horas. Na prática, isso significa que o instrutor ficaria a disposição das empresas por até 13 horas diárias. Eles propuseram ainda a criação de um banco de horas, o que poria fim às horas extras. Outra cláusula constante na proposta afirma que, comprovada a culpa do instrutor em acidentes de trânsito ou multas, ele ficaria responsável pelos prejuízos causados.
Diante das propostas incoerentes com as pauta dos trabalhadores, o presidente do Sintrauto Adalto Galvão Paes Neto chama a todos os instrutores para o debate sobre os próximos passos na luta por melhores salários e condições de trabalho. Para isso, promoverá paralelamente nesse domingo (3), a partir das 9h30, assembleias em sete municípios do estado: Florianópolis, Chapecó, Joaçaba, Joinville, Blumenau, Lages e Criciúma. Em Criciúma a reunião será na sede do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Vestuário, na Rua Conselheiro João Zanette, 90, Edifício Dom Diniz, sala 501, Centro.
Assessoria de Imprensa FECESC, Juliana Claudio
O que foi explanado (acesse aqui) é a mais pura realidade dos profissionais de trânsito: baixo salário e exigências enormes.
Há também as longas jornadas de trabalho para poder obter uma renda per capta que dê para semissobreviver, o que é típico de profissionais que ensinam no Brasil, e se vê nas greves de professores de estabelecimentos de ensino.
Os instrutores de trânsito agora estão unidos e sabem da importância na sociedade brasileira e já não aguentam mais as explorações dos donos de autoescolas que por décadas lucraram com a escravidão trabalhista dos instrutores de trânsito.
Escravidão trabalhista não é trabalhar algemado, mas não ter horas de descanso, não ter instalações próprias para exerce com segurança e didática suas atividades, não ter as horas extras computadas e não ter o direito de reivindicar seus direitos, pois, do contrário, o instrutor que reclamar seus direitos poderá ser fichado como “impróprio” para as demais autoescolas.