Ciclistas fizeram um protesto na noite de quinta-feira (15) em Campos, no Norte Fluminense, por causa da morte de um jovem belga, que fazia intercâmbio no país.
Ele morreu atropelado quando pedalava por uma avenida da cidade. Por causa da manifestação, o trânsito ficou fechado em uma das pistas da Avenida Artur Bernardes.
Os amigos escreveram uma mensagem em homenagem ao jovem. Parte da bicicleta de Hadrien Thys foi pintada de branco e pendurada em um poste no local do acidente.
“Quando um ciclista morre, a gente coloca no local da morte uma homenagem para ele. Espero que o poder público permita que fique aí como forma de conscientização para que a gente não precise mais deixar sangue nas avenidas”, disse Bruno do Val, amigo da vítima.
Hadrien costumava treinar na Avenida Arthur Bernardes. Ele foi atropelado por um carro, chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
Trânsito Escola comentário:
Trânsito Escola – Por ser estrangeiro teve maior repercussão o fato ocorrido, contudo há de considerar que tal fato é comum no Brasil e as autoridades nada fazem de concreto para diminuir as mortes no trânsito. Prioriza-se o transporte individual – veículo particular – sobre o transporte público – que polui menos e não causa engarrafamento.
No Brasil são registrados, anualmente, cinquenta mil acidentes de trânsito dos quais os ciclistas fazem parte como vítimas ou autores. Isso por falta ou escassez de ciclovias, ciclofaixas. As que existem são ocupadas por automotores.
Há, com certeza, a ideia de que para crescer economicamente o país precisa produzir e vender internamente veículos. É um conceito importado dos EUA que nas décadas de 1950 a 1970, principalmente, por questões de grandiosidade do capitalismo frente ao socialismo, incentivou o consumo exacerbado de veículos dentro dos EUA. Veículos de dimensões grandes e consumidores vorazes de combustíveis e, consequentemente, poluidores, começaram a invejar os demais países pelo conforto e qualidade de vida dos norte-americanos.
Na esteira dessa ideologia capitalista, o Brasil seguiu, mas sem importar com o transporte público de massa – como foi feito nos EUA e Europa – a concepção de produção automobilística – governo de Getúlio Vargas em diante – como forma de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Muito veículo, poucas pistas de rolamento (largas, seguras e sinalizadas), ausência de educação para o trânsito terrestre – do qual os EUA começou na década de 1950 e depois demais países; o Brasil foi um dos últimos a adotar a educação – aulas teóricas eficientes e obrigatórias – como forma de se evitar acidentes de trânsito.
Assim, seguem-se as mortes no trânsito brasileiro pela escassez de civilidade e de políticas eficientes na infraestrutura do transporte coletivo como ônibus, metrô e trem.