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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Motoqueiro de São Paulo tem 100 mil pontos na Carteira de Habilitação

Um motoqueiro de 37 anos é o novo recordista em acumular pontos de multas na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Morador de Peruíbe, no litoral paulista, a pontuação dele chegou a 100 mil. O caso foi descoberto neste mês pela Delegacia de Crimes de Trânsito (DCT), que investiga

irregularidades na transferência de pontos da carteira de um motorista para o outro. O motoqueiro ainda vai se ouvido pela Polícia Civil. Para combater esse tipo de fraude, a partir de julho o dono do carro e o condutor do veículo deverão reconhecer a assinatura em cartório para passar a pontuação de infração de trânsito da habilitação de um para o outro.

Segundo o delegado José Sampaio Lopes Filho, o nome do atual recordista veio à tona enquanto a DCT investigava o caso de um motorista de 30 anos, residente em Pindamonhangaba, no interior paulista, que tinha 85 mil pontos na carteira. “Ouvimos uma mulher que se beneficiou da transferência e descobrimos que pontos dela também foram repassados para o motoqueiro de Peruíbe”, disse Lopes Filho. Durante depoimento, a motorista não revelou como teve acesso ao esquema.

A Polícia Civil investiga o envolvimento de despachantes, autoescolas e servidores públicos nas fraudes. No caso de Pindamonhangaba, investigadores da DCT já sabem que grande parte dos pontos foi transferida pelos computadores da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) da cidade, com o uso das senhas de dois delegados. Em Peruíbe também ocorreu a mesma coisa. Um funcionário da Ciretran é suspeito de usar sua senha. Ele poderá responder por concussão (extorsão cometida por funcionário público) ou corrupção passiva.

De acordo com Lopes Filho, o motoqueiro tinha mais de 1.500 páginas de pontuação entre os anos de 2007 e 2010. “Por incrível que pareça ele conseguiu renovar a carteira no dia 18 de dezembro de 2009”, afirmou o delegado. Um detalhe que chama a atenção é que a habilitação do morador de Peruíbe é categoria A, ou seja, ele só pode pilotar motos. Mesmo assim foram transferidas multas de carros para a CNH dele. A polícia quer saber por que o motoqueiro não teria sido submetido a um processo administrativo, que decidiria sobre a suspensão do seu direito de dirigir por até um ano. “Será que tudo isso aconteceu por mágica?”, ironizou o delegado.

Policiais da DCT devem ir nos próximos dias para Peruíbe para ouvir o motoqueiro. Lopes Filho acredita que o homem de 100 mil pontos possa ter recebido dinheiro para assumir os pontos de outros motoristas em sua carteira. De acordo com o delegado, geralmente quem age dessa maneira recebe de R$ 100 a R$ 200 por transferência. Assim como no caso de Pindamonhangaba, mais de cinco mil motoristas tiveram seus pontos transferidos para a habilitação do motoqueiro. “Os maiores beneficiados foram motoristas da capital”, disse o delegado.


O Estadão

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