A Resolução nº 356, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que obriga os entregadores de gás a mudarem a forma de
Entre elas está a instalação do sidecar. O acessório é uma espécie de caixa acoplada na lateral da moto, e custa, em média, R$ 2 mil. Dessa forma, ficaria proibida a utilização das gaiolas em motocicletas, hoje principal forma de transporte do gás no Estado. O custo da nova obrigatoriedade, inclui ainda um kit, de colete e capacete com faixas refletivas, mata-cachorro, antena corta-pipa – mais os custos de legalização do veículo.
“Têm comerciantes que trabalham com cinco, oito motocicletas de entrega e arcar com toda essa mudança vai sair caro, por um motivo que não procede. O governo fala em segurança, mas hoje, da forma como está, não se vê acontecer acidente de trânsito envolvendo entregadores de gás – é um transporte seguro da forma como está, não há necessidade disso”, afirma o presidente do Simpergascms, Pedro Carlos Nantes.
Atualmente, o Estado conta com cerca de dois mil revendedores de gás e, a opinião do presidente é unanimidade entre os comerciantes do produto. Segundo o proprietário de revenda, Maickon David de Oliveira Lopes, de Campo Grande, o setor poderá vir a desempregar com a medida, uma vez que o veículo adaptado aumentará o tempo de entrega e reduzirá o volume das vendas.
“Enquanto com a moto comum, com a gaiola, levamos cerca de 20 minutos, com o sidecar levaremos 40 minutos, no mínimo. É um acessório que deixa muito lento o percurso e, o consumidor, além de ter que pagar mais pelo gás, por conta do repasse do custo da mudança, ainda vai ter que esperar mais para receber o gás”, pondera.
Com 12 anos de experiência no ramo, o revendedor Adilson Araújo Dias, afirma que não há viabilidade nenhuma na regra, não só pelos custos. “Em ruas de chão, esburacadas, a moto com sidecar não entra. E como vai ficar o consumidor que mora em locais assim?”, questiona.
A única forma de conseguir entregar o gás em casos como esse, seria com carro ou pick-up.
E é assim que Antônio Barboza, que atende cerca de 100 pedidos por semana, pretende fazer para não perder clientela, caso a regra, até agosto de 2012, não seja alterada. “Tenho uma moto e um carro. Estou pensando ou em aposentar a moto, ou em adaptá-la, mas usar mais o carro para as entregas”, afirma.
A resolução do Contran deveria ter entrado em vigor em agosto passado, mas passa a valer em 2 de agosto do próximo ano, porque os sidecars precisam de homologação no órgão e até então nenhuma empresa havia se manifestado nesse sentido. O novo prazo também servirá para que seja ampliada a quantidade dos kits de segurança exigidos no mercado, que também estão com distribuição restrita.
FONTE: CORREIO DO ESTADO
