Para o propositor, o cumprimento das leis de trânsito está precário e o uso do equipamento é um "roubo" aos usuários
O projeto de lei que proíbe o uso de radar eletrônico móvel e estático móvel em Fortaleza, destinados à aplicação de multas ou qualquer outras penalidades aos motoristas, foi um dos temas que motivou intenso debate na sessão da Câmara Municipal, ontem. Também foi alvo de discussão
o requerimento cobrando esclarecimentos do presidente da Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços e Cidadania (AMC), Fernando Bezerra, a respeito do direcionamento do que é arrecadado com multas.O projeto de lei que proíbe o uso de radar eletrônico móvel e estático móvel em Fortaleza, destinados à aplicação de multas ou qualquer outras penalidades aos motoristas, foi um dos temas que motivou intenso debate na sessão da Câmara Municipal, ontem. Também foi alvo de discussão
A ideia de Paulo Gomes, autor da proposta que proíbe o uso dos radares, é obrigar a Prefeitura a usar apenas radares fixos e com a devida sinalização avisando sobre a existência destes equipamentos. O projeto deixa claro que essa proibição deverá ser válida para os radares fotográficos ou não.
O vereador justifica a sua sugestão afirmando que não existem critérios, por parte da Prefeitura e de seus órgãos responsáveis pelo tema, para a existência desses radares e que, se existem, não são divulgados. Além disso, o parlamentar reclama o "excesso de multas" na Capital.
Bairros
Paulo Gomes disse que as leis criadas para pensar o trânsito da cidade não estão sendo idealizadas no todo e, sim, visando apenas alguns bairros, como a Aldeota, onde o tráfego de caminhões foi proibido em determinados horários. "As leis estão sendo cumpridas de forma precária, pois não existe fiscalização, e a periferia está esquecida. É preciso proibir esses equipamentos de radares móveis que só estão ali para roubarem os usuários de veículos", criticou.
A proposta ainda passará pela comissão de Legislação e Justiça para depois ser votada em plenário. Outros dois pedidos de esclarecimentos sobre serviços oferecidos pela AMC são assinados pelo vereador Paulo Gomes, que diz estar havendo "descumprimento de leis de trânsito e de fiscalização" por parte da Autarquia no bairro Messejana.
Envergonhando
Durante a sessão de ontem, o vereador Carlos Mesquita (PMDB) afirmou que Fernando Bezerra estava "envergonhando" o PMDB, visto que o secretário é filiado ao partido. "O Fernando está envergonhando o PMDB porque o trânsito de Fortaleza está um caos. Esses engarrafamentos só servem para assaltos", criticou Mesquita, ao dizer que este seria o sentimento dos quatro representantes da legenda na Casa Legislativa.
Marcus Teixeira (PMDB) defendeu as ideias sobre o assunto, lançadas por Salmito Filho (PT), através do Pacto por Fortaleza, uma vez que foram feitos vários estudos com técnicos. Salmito diz concordar com o fim dos radares móveis e estático móveis e afirma que deveria existir apenas os fotossensores com sinalização.
Jaime Cavalcante (PP) afirmou que a problemática do trânsito está ligada ao planejamento urbano. Já o vereador João Alfredo (PSOL) diz que é necessário investir no conceito pedagógico para ensinar os condutores a respeitarem as regras de sinalização. "Temos que saber para onde está indo o dinheiro arrecadado com as multas", cobrou.
Trânsito Escola
Se, por uma lado há o desrespeito de condutores frente às leis de trânsito, e consequentemente mortes, e outro, uma "indústria" de multas de trânsito, é de se afirmar que tudo está errado no Brasil quanto ao comportamento de segmento.
Condutores justificam suas multas de excesso de velocidade por questões de existência de "indústria" de multa, mas na verdade aceleram como kamikazes sem se preocuparem com as próprias vidas e de demais semelhantes. Trata-se de um suicídio inconsciente quando condutor dirige acima da velocidade regulamentada na via ou avança semáforo na cor vermelha.
A "indústria" da multa existe justamente pelo mal comportamento de motoristas. Nada sobrevive ou existe se não há meios que proporcionem existência. Certo é que há violadores e aproveitadores. A questão deve ser analisada uma vez que a fiscalização eletrônica de velocidade existiu pelos inúmeros acidentes de trânsito gerados por imprudências de condutores.
Futuro sem multas e acidentes
Ao se analisar a conduta atual se pode afirmar que somente com carros guiados por computadores de bordo é que a "indústria" da multa desaparecerá ou não será mais prejudicial aos bolsos dos condutores. E os empresários de multas ficarão sem emprego.
