A Prefeitura de Maringá reconheceu ontem que o curso gratuito oferecido a mototaxistas e motofretistas não substitui o oferecido pelos Centros de Formação de Condutores (CFC’s), nem atende à Resolução 350, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).
A informação vinha sendo divulgada pelo município desde a abertura das inscrições, no mês passado, mas ontem, em entrevista a O Diário, o superintendente da Fundação de Ensino Técnico de Londrina (Funtel), Moisés Betoni, que ministrará o curso, revelou que não há validade.
"Nosso curso é para a formação e a segurança do profissional, mas não tem nada a ver com o exigido pelo Contran. São cursos diferentes", disse Betoni, encerrando uma polêmica que vinha mobilizando os CFC’s de Maringá.
O diretor de um CFC consultado pela reportagem, Everton Nakashima, já havia dito ter estranhado a informação que a prefeitura estava divulgando.
"Apenas empresas credenciadas pelo Detran podem emitir o certificado, que permite a renovação da CNH e dá direito a trabalhar profissionalmente com motocicletas. A menos que a prefeitura vá emitir carteiras de motorista, não vejo como esse curso possa ter validade", disse.
O superintendente da Funtel concordou com Nakashima e disse que está "tentando" conseguir uma autorização do Ministério do Trabalho para fazer uma parceria com um CFC para que o curso passe a ser válido. "Mas, a menos que a gente consiga essa autorização do Ministério do Trabalho, o profissional vai ter que passar por um CFC autorizado pelo Detran".
Até anteontem, quando a Prefeitura divulgou pela última vez o número de inscritos, pouco mais de 50 pessoas haviam apresentado a documentação exigida. "Nós precisamos de 500 inscritos. Se não tiver, vamos ter que reavaliar para ver o que fazer", completou.
Saia justa
O secretário de Transportes, Valdir Pignata, informou ontem, no início da noite, por meio de sua assessoria, que foi enganado pela Funtel. "Essa empresa, pelo que sabemos, é idônea, ganhou uma licitação do Ministério do Trabalho e nos ofereceu um pacote completo. Fomos informados de que o curso teria essa validade exigida pelo Contran e por isso oferecemos local para inscrição, escolas para se ministrar o curso e tudo o que foi pedido".
Segundo o secretário, a Prefeitura de Maringá foi "induzida ao erro" por querer ajudar os profissionais que trabalham com motos. "O sindicato da categoria (Sindimotos) nos apresentou essa opção e nós acreditamos. As CFC’s cobram caro e quando o sindicato e esta empresa apareceram oferecendo um curso gratuito, nós nem questionamos", disse o secretário, reconhecendo o erro.
Pignata fez questão de frisar que o município não investiu "nenhum tostão" no curso. "Não tem dinheiro público aí e nem prejuízo aos cofres públicos. A Prefeitura apenas ofereceu os espaços para se fazer as inscrições e ministrar o curso e deu divulgação", encerrou.
Custo
R$ 480 é o valor do curso exigido pelo Contran, que tem que ser feito em CFC autorizado pelo Detran
FONTE: MARINGA O DIÁRIO
A informação vinha sendo divulgada pelo município desde a abertura das inscrições, no mês passado, mas ontem, em entrevista a O Diário, o superintendente da Fundação de Ensino Técnico de Londrina (Funtel), Moisés Betoni, que ministrará o curso, revelou que não há validade.
"Nosso curso é para a formação e a segurança do profissional, mas não tem nada a ver com o exigido pelo Contran. São cursos diferentes", disse Betoni, encerrando uma polêmica que vinha mobilizando os CFC’s de Maringá.
O diretor de um CFC consultado pela reportagem, Everton Nakashima, já havia dito ter estranhado a informação que a prefeitura estava divulgando.
"Apenas empresas credenciadas pelo Detran podem emitir o certificado, que permite a renovação da CNH e dá direito a trabalhar profissionalmente com motocicletas. A menos que a prefeitura vá emitir carteiras de motorista, não vejo como esse curso possa ter validade", disse.
O superintendente da Funtel concordou com Nakashima e disse que está "tentando" conseguir uma autorização do Ministério do Trabalho para fazer uma parceria com um CFC para que o curso passe a ser válido. "Mas, a menos que a gente consiga essa autorização do Ministério do Trabalho, o profissional vai ter que passar por um CFC autorizado pelo Detran".
Até anteontem, quando a Prefeitura divulgou pela última vez o número de inscritos, pouco mais de 50 pessoas haviam apresentado a documentação exigida. "Nós precisamos de 500 inscritos. Se não tiver, vamos ter que reavaliar para ver o que fazer", completou.
Saia justa
O secretário de Transportes, Valdir Pignata, informou ontem, no início da noite, por meio de sua assessoria, que foi enganado pela Funtel. "Essa empresa, pelo que sabemos, é idônea, ganhou uma licitação do Ministério do Trabalho e nos ofereceu um pacote completo. Fomos informados de que o curso teria essa validade exigida pelo Contran e por isso oferecemos local para inscrição, escolas para se ministrar o curso e tudo o que foi pedido".
Segundo o secretário, a Prefeitura de Maringá foi "induzida ao erro" por querer ajudar os profissionais que trabalham com motos. "O sindicato da categoria (Sindimotos) nos apresentou essa opção e nós acreditamos. As CFC’s cobram caro e quando o sindicato e esta empresa apareceram oferecendo um curso gratuito, nós nem questionamos", disse o secretário, reconhecendo o erro.
Pignata fez questão de frisar que o município não investiu "nenhum tostão" no curso. "Não tem dinheiro público aí e nem prejuízo aos cofres públicos. A Prefeitura apenas ofereceu os espaços para se fazer as inscrições e ministrar o curso e deu divulgação", encerrou.
R$ 480 é o valor do curso exigido pelo Contran, que tem que ser feito em CFC autorizado pelo Detran
FONTE: MARINGA O DIÁRIO
