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quinta-feira, 13 de maio de 2010

Aumento nos preços de autoescolas

SÃO PAULO - Favoráveis à implementação das aulas noturnas para os candidatos a motorista, duas entidades que representam os Centros de Formação dos Condutores (CFCs) ainda acham cedo para afirmar se a obrigatoriedade da prática à noite trará custos adicionais aos candidatos a tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). "Vai depender de o Departamento Estadual de Trânsito regulamentar exatamente o que é essa aula noturna e em que horário ocorrerá", diz José Guedes , presidente do Sindicato das Autoescolas de São Paulo (Sindautoescola).


De acordo com ele, aulas depois de 22h, por exemplo, caso autorizadas, farão aumentar os custos das autoescolas. "Não poderei manter, à noite, o instrutor que entra às 8h. Teremos que contratar outros profissionais, e isso remete para um possível encarecimento dos custos", diz.

O presidente da Federação Nacional das Auto-Escolas (Feneauto), Magnelson de Souza, avalia que a obrigatoriedade de aulas noturnas para os novos motoristas, que começa na segunda-feira, só vai funcionar nos estados que têm controle eletrônico de presença dos candidatos a uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Nos demais, não há como controlar em que horário as aulas são feitas.

Ele acredita que como não vai haver aumento da carga-horária exigida para os candidatos (continuam as mesmas 20 horas/aula obrigatórias atualmente), inicialmente "não deve haver repasse ao valor" das aulas por parte dos Centros de Formação de Condutores e, portanto, o custo para tirar a habilitação não deve subir. "No máximo, as empresas terão que fazer uma readequação, disponibilizando funcionários também à noite."

O dono de uma auto-escola na zona norte da capital paulista, no entanto, diz que não é possível afirmar que não haverá nenhum custo extra a ser repassado aos candidatos. "O funcionário que trabalha à noite recebe adicional noturno. Vamos ter que arcar com isso, e também há o problema com a segurança do veículo, aluno e instrutor". Guedes levanta ainda outro ponto. "A insegurança não é só de quem estará nas ruas, mas do CFC, que vai ter que ficar aberto durante a noite."

Biometria

Souza, da Feneauto, diz que a norma corre o risco de não pegar em vários estados. "Em São Paulo, por exemplo, é adotada a biometria (controle por meio de impressão digital) e é possível saber em que horário o aluno fez a prática de direção", diz. "Em outros estados, os Detrans (Departamentos Estaduais de Trânsito) não terão como fiscalizar as aulas à noite", avalia.

Ele afirma que as aulas noturnas irão "enriquecer" a formação dos candidatos a novos motoristas. "Defendo que essas aulas sejam as últimas, após as diurnas", diz. Para ele, o ideal seria que os candidatos fizessem aulas em rodovias, com chuva e neblina.

A Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) também apoia as aulas noturnas. De acordo com a entidade, 40% dos acidentes de trânsito com vítimas ocorrem no período da noite na cidade de São Paulo. "À noite, existe uma queda de 50% na acuidade da visão e a limitação do campo visual. Temos dificuldades para enxergar detalhes de objetos, vemos vultos", aponta o médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).

Segundo ele, os motoristas, não só os aprendizes, têm em geral dificuldades de definir distâncias e velocidades à noite. "Por isso, a aula noturna é importante. E também para que o candidato tome contato com os sistemas interno e externo de iluminação do veículo."
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