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quarta-feira, 31 de março de 2010

Direção defensiva: dirigir com pouca luminosidade

Direção defensiva: dirigir com pouca luminosidade

Em maio começam as aulas de direção obrigatórias à noite. Muitos alunos estão com receio diante dessa nova regra.  Aqui disponibilizarei noções de direção quando há pouca luminosidade, ou seja, à noite.



A retina é composta de células sensíveis à luz, os cones e os bastonetes. Cones são as células do olho humano que tem a capacidade de reconhecer as cores, segundo a teoria tricromática. Já os bastonetes, outro tipo de célula do olho humano, tem a capacidade de reconhecer a luminosidade.




Os bastonetes veem bem quando já pouca luz e enxergam tons de cinza. Os cones funcionam bem na claridade, mas reagem com rapidez e enxergam detalhes e cores.
Em situações de pouca luminosidade, a visão passa a depender exclusivamente dos bastonetes. É a chamada visão noturna ou visão de penumbra. Em ambientes mal iluminados, por ação do sistema nervoso simpático, o diâmetro da pupila aumenta e permite a entrada de maior quantidade de luz. Em locais muito claros, a ação do sistema nervoso parassimpático acarreta diminuição do diâmetro da pupila e da entrada de luz. Esse mecanismo evita o ofuscamento e impede que a luz em excesso lese as delicadas células fotossensíveis da retina.


A área total do que enxergamos com os dois olhos é chamado campo visual. Mas essas imagens não são bem as mesmas, porque cada olho vê as coisas de um ângulo ligeiramente diferente. Quando as duas imagens se sobrepõem, o cérebro compara as diferenças entre elas, como parte da análise de profundidade, que vai produzir a visão estereoscópica. O que um dos olhos deixa de ver é visto pelo outro, mas cada olho enxerga até um limite próprio, isto é, o olho esquerdo enxerga do nariz até a face esquerda do rosto e, o olho direito, do nariz até a face direita do rosto. É como se cada olho tivesse uma visão horizontal de 180 graus.
O campo visual dos dois olhos juntos tem a forma rudimentar de uma lente de óculos, mas só um olho vê cada lado da parte central inferior do campo visual, porque a visão do outro olho é bloqueada pelo nariz.


 À noite, quando a luminosidade é pouca, o olho humano é mais sensível à região azul do espectro da luz, menos sensível ao amarelo e menos ainda ao vermelho. Além disso, com baixa luminosidade, as células responsáveis pela visão colorida, os cones, são muito menos sensíveis do que os bastonetes que distinguem apenas as diferentes intensidades de brilho e, portanto, correspondem a uma visão em preto e branco. Assim, de modo geral, todas as coisas ao nosso redor adquirem uma tonalidade cinza (ou parda) quando a luminosidade do ambiente é fraca. Durante a noite a visão periférica decai em torno de cinquenta por cento tornando o reconhecimento visual limitado. Por isso, dirigir à noite exige-se maior atenção e cautela.
Acuidade Visual é o grau de aptidão do olho, para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos. Simplificando mais, seria o nível de “nitidez” com que o olho consegue enxergar.


Os problemas de visão como astigmatismo, miopia etc. distorcem as imagens dificultando a interpretação correta. A fotofobia – diminuição de sensibilidade à luz devido a: astigmatismo; lesão ou infecção ocular; cefaleia hemicrânia comum; meningite; ulceração na córnea; drogas como anfetaminas, atropina, cocaína, ciclopentolato, idoxuridina, fenilefrina; e albinismo – impede a correta visualização por causar desconforto e até dor ocular.  
Contudo, não são somente os problemas de luminosidade e oculares que distorcem o reconhecimento do mundo exterior. Fatores emocionais e psíquicos também causam distorções: inquietação, raiva, euforia, distração, uso de medicamentos e drogas lícitas e ilícitas.


Como se comportar ao dirigir e prevenir acidentes?
1) Dirigir à noite: exige mais cautela e concentração. Antes de sair dirigindo, ou pensar em dirigir, quem tem algum problema ocular deve corrigi-lo com óculos ou lentes de grau no caso de astigmatismo, miopia etc.; dor ocular devido à luminosidade: usar lentes fotocromáticas;


2) Condições emocionais ou psíquicas: encontrando-se em estado emocional ou psíquico, alterado, não dirija jamais. De nada adianta ter um aparelho ocular sem problemas, ou até corrigindo-os, se não está em paz consigo. Dirigir não é lazer. Há vidas e qualquer descuido pode gerar acidente tanto para você quanto as demais pessoas;


3) Retrovisores:


a. Pontos cegos: os retrovisores externos não permitem uma adequada visão, isto é, os ajustes sempre “esconderão” áreas de visibilidade – pode-se achar que não há um veículo na sua lateralidade, mas pode haver. Abrindo-se muito o retrovisor não verá o que há adequadamente na lateralidade traseira; fechando-o, ficará difícil ver o que há na lateralidade veicular perto da porta;


    Os automóveis de fabricação nacional são equipados, na sua maioria, com espelhos retrovisores planos do lado esquerdo e convexos do lado direito. No caso do espelho do lado direito, a distância deste para o observador - o motorista - é maior, quando comparada com o espelho do lado esquerdo. Com a convexidade, tem-se a ilusão de que o objeto refletido no espelho esteja em distância superior a real;


b. Motociclistas: no caso específico de corredores viários, motocicletas deslocando-se sobre o balizamento das vias, quando vistas pelo condutor do automóvel através do espelho retrovisor externo, tornam-se objetos virtualmente mais distantes que a realidade. E nessas condições, a avaliação da real distância de posicionamento da motocicleta, torna-se praticamente impossível de ser realizada pelo cérebro humano no intervalo de tempo requerido.  

Nota: a figura baixo demonstra os “pontos cegos”. Olhando para o n° “1” veremos a área de visibilidade que o condutor possui ao abrir demasiadamente o retrovisor, contudo, as áreas “2” e “3” não são mais visíveis. Segue-se os demais exemplos quando se fecha o retrovisor, isto é, posiciona-o para ver mais rente ao próprio veículo.


clip_image001clip_image002clip_image003clip_image004clip_image005clip_image006          1              2           3               clip_image009        3



4) Ofuscamento: não revide com luz alta ao condutor mal educado que não diminui a intensidade da luz dos faróis, quando em sentidos opostos. Mantenha a luz baixa do seu veículo e olhe para a linha de bordo ou a linha de divisão de fluxo para continuar em sua faixa de forma segura. Antes, reduza a velocidade de seu automóvel;


5) Velocidade durante a noite: mesmo que conheça a localidade não transite com velocidade similar quando dirige durante o dia. Reduza-a para poder agir satisfatoriamente diante de um imprevisto. Você sabe que a acuidade visual diminui, também, pela escassez de luminosidade. Outro fator importante são as ilusões de óptica. Já reparou que certas cores de dia parecem mudar à noite deixando o veículo “escuro” ou “preto”? A quantidade de luz, as características da superfície do objeto, o tipo de tinta etc. “modificam” os objetos. Por isso, sempre transite com velocidade abaixo, mas combatível com as condições locais para não causar congestionamento. A faixa da direita é a melhor localidade;


6) Luz na traseira: quando se aproximar um veículo com luz alta diminua a velocidade aos poucos. Dê passagem. Não adianta guerra de nervos;


7) Neblina: nunca use luz alta cujo resultado é não ver mais do que três metros a diante, dependendo da intensidade da neblina. Reduza a velocidade;


8) Locais desconhecidos: perdendo-se não saia acelerando de forma imprudente ou negligente. Procura um local seguro e pergunte como encontrar o seu trajeto;


9) Descanso: tenha em mente que dirigir à noite cansa mais os olhos. Mesmo que os demais veículos estejam com luz baixa, ainda assim hás células oculares se saturam causando desconforto, sonolência. Pare sempre que sentir cansaço ocular, desconforto. Tomar café não adianta – é errado pensar que cafeína dá energia, pelo contrário, a cafeína age no fígado e torna as reservas de energias mais fáceis de serem usadas pelo organismo, contudo, se há baixas reservas hepáticas de energia acabará ficando esgotado além do normal: a probabilidade de dormir enquanto dirige aumenta para 90% (noventa por cento);


10) Manobras: sinalizar com antecedência a manobra de conversão e retorno sempre de dia quanto à noite;


11) Luz de posição: é a luz das lanternas dos faróis. Não iluminam nada adiante, só demonstram a sua presença. Muitos condutores não acionam a luz baixa durante a noite desobedecendo ao código de trânsito e colocando a própria vida, e dos demais usuários, em risco.   
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