A Prefeitura de São Paulo prevê gastar até R$ 704 milhões para renovar o sistema de radares na cidade em busca de um sistema mais eficiente contra os infratores. A licitação aberta na sexta-feira (5) estipula que as empresas vencedoras estejam preparadas para flagrar até mesmo infrações através da velocidade média dos carros e realizar espécies de "blitzes eletrônicas" em parceria com autoridades.
Apesar de prevista como exigência no edital, as multas por velocidade média ainda dependem de regulamentação. Até que a modalidade seja aprovada pelos órgãos de trânsito, a Prefeitura diz que vai usar os dados apenas para "subsidiar estudos de segurança". A administração também vai exigir que os dados sobre o tráfego sejam enviados online para uma central que vai monitorar a condição das vias.
Fonte: SP prevê R$ 700 milhões para radares que 'fazem blitz' e monitoram tráfego
Trânsito Escola – Há quem fale que os radares são meios para se tirar dinheiro do povo. Outros afirmam que se faz necessário diante de condutores motorizados que não respeitam os demais usuários de vias terrestres.
Sim, a fiscalização se faz necessária diante de, infelizmente, condutores motorizados que não se respeitam e não respeitam os demais usuários de vias terrestres. Respeito se refere à vida digna.
Enlouquecidos, condutores acham que têm sempre preferência de passagem mesmo que o pedestre esteja atravessando numa rodovia, afinal não há faixa de pedestres ali para se atravessar. Deduz-se, então, que o pedestre é que está desrespeitando, atrevendo-se a desonrar o condutor motorizado no seu direito de “ir e vir”.
Desculpem-me, mas quem assim pensa, não pensa como pessoa empática. A vida sempre é mais valorizada do que certos direitos. Por exemplo, o consumo de álcool e a condução de automotivo. Muitos condutores se negam ao uso de bafômetro (etilômetro), pois está na lei. Com essa justificativa tentam burlar a fiscalização da Lei Seca – não é à toa que a lei (CTB) mudou e ficou mais rigorosa.
Seria sensato afirmar – sim, estou provocando os machistas que, infelizmente, acham que mulher não é ser vivo, mas brinquedo – que o homem tem direito de bater na mulher? Seria sensato afirmar que o antigo Código Civil (1916) era a lei correta do homem sobre o controle da mulher? E que o Código atual (CC, de 2002) é uma conspiração contra o direito “natural” do homem sobre a mulher?
A legalidade de uma lei não quer dizer que seja moral. Assim, muitos condutores usam da legalidade da lei (CF/1988) para agirem imoralmente. Está mais do que oportuno, com as manifestações populares no Brasil, as mudanças de ideologias, que só causam diluição das virtudes humanas, que são bases primordiais de uma República Democrática – como preconizava Montesquieu. Sem virtudes, ou sua diluição, há barbaridades.
E aí, ainda pensa que o homem é superior a mulher? Ou que ambos possuem direitos iguais? Depois reflita sobre a legalidade de não assoprar ao bafômetro – e até nos privilégios dos parlamentares.