Um relatório da Cetesb sobre a qualidade do ar na região mostra que os índices de ozônio - que é o principal causador da poluição - ficaram bem acima dos padrões em alguns dias na região. A medição foi feita em São José dos Campos e pela primeira vez em Jacareí. E logo no primeiro relatório, a cidade apresentou índices preocupantes e que podem prejudicar a saúde dos moradores.
Desenvolvido pela Cetesb, o equipamento identifica partículas soltas na atmosfera de São José dos Campos e aponta o que tem no ar que pode fazer mal à saúde. Nos últimos anos um elemento anda dando trabalho nas cidades da região - o ozônio.
Ele se forma quando gases das indústrias e dos carros liberados na atmosfera recebem muita luz do sol. Na primavera e no verão, entre 13h e 17h, o fenômeno piora. O médico Jerônimo Fortes explica os efeitos em nosso corpo. "O mais comum são as doenças respiratórias. Então, são as rinites, as bronquites, que pode evoluir para uma bronquite crônica, pode evoluir para um enfisema pulmonar. Em relação a circulação, está relacionado com aumento de pressão arterial, doenças isquêmicas, infartos do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais", declarou o otorrinolaringologista.
Desde o ano passado, Jacareí também tem um medidor da qualidade do ar. De acordo com a presença de elementos perigosos, o ar recebe uma classificação de cinco níveis: bom, regular, inadequado, ruim e péssimo. O primeiro resultado obtido com esta nova estação foi preocupante. No ano passado a qualidade do ar de Jacareí foi considerada inadequada durante 10 dias e em pelo menos um dia o ar da cidade ficou bem perto de ser classificado como péssimo.
Apesar da classificação, o médico explica que não existem níveis seguros para o corpo humano por que cada pessoa reage de uma forma diferente. "Pessoas com doenças respiratórias vão sofrer muito mais rápido o efeito. Por muito menos exposição ou menos tempo de exposição vão apresentar complicações. Pessoas que já têm alguma doença cardiorrespiratória também vai ter o efeito pior", reiterou o médico.
Segundo a Secretaria de Meio Ambiente da cidade, a proximidade com a poluição da capital e da rodovia Presidente Dutra são fatores que podem ter provocado os altos índices. Mas afirma que as medições do novo equipamento vão apenas reforçar as políticas de meio ambiente.
No ano passado, São José dos Campos teve 11 dias com ar qualidade considerada inadequada. Contra 9 em 2010. Para Cetesb, isso não significa que melhorou ou piorou a qualidade e nem que ela continua em índices preocupantes. A prefeitura de São José informou, que vai abrir licitação pra fazer um levantamento de dados na cidade e formular políticas públicas nessa área. E que pretende implantar inspeção veicular, já que 80% da poluição é causada por carros, ônibus e caminhões. E que continua investindo na melhoria do transporte público.
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