Desde adolescente - tenho 42 anos, atualmente - li sobre problemas ocasionados pelo consumo de álcool. Minha tia é médica, agora aposentada, e lia os livros de medicina. Alguns artigos - DST, drogas lícitas e ilícitas etc. - me chamaram a atenção. Na primeira lida fiquei chocado com as doenças. Com o passar dos anos, e amadurecimento, comecei a pensar sobre o comportamento humano.
Sexo é vida: faz bem à saúde física e mental e mantém a vida humana na Terra. Há, infelizmente, as Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST - que trazem várias complicações ao organismo humano: aborto, perda da virilidade e até a morte.
Irei dizer que sexo é algo natural, isto é, não há criação do homem. Nascemos naturalmente com o desejo sexual. Por outro lado temos o álcool. Ele é produzido naturalmente no processo digestivo em pequenas quantidades; na natureza alguns animais consomem frutas fermentadas - as que caem no solo e começa o processo de fermentação - e ficam bêbados. O ser humano, através de sua inteligência, descobriu o processo de fermentação. Civilizações antigas produziam álcool e este era usado para diversos fins: cerimônias religiosas; prestígio social (STATUS); esquecer da vida (problemas); encorajamento em épocas de guerra; perder a inibição e procurar a pessoa amada; aquecer-se no frio. Nas civilizações atuais não é diferente.
Como dito acima o amadurecimento surgiu em mim. Não entendia, e não entendo até hoje, o porquê do consumo de álcool já que faz mal à saúde. O álcool faz mal à saúde, sim. A indústria produtora de bebidas alcoólicas encomendam comerciais que induzem as pessoas consumirem álcool como se fosse algo extraordinário, belíssimo. A sedução comercial parte sempre para: diversão; alegria; conseguir parceiro(a) fácil; categorizar níveis de camadas sociais. Assim as pessoas consomem abundantemente. Eu que sou da área de saúde posso dizer que a realidade é cruel. Centenas de pessoas são assassinadas, feridas e estupradas sob efeito do álcool. Não é o álcool que infunde uma nova personalidade, mas ajuda a liberação dos instintos perversos na pessoa com justificativas de "não sei o que fiz". No Código Penal brasileiro o cidadão que faz algo contrário à lei não receberá punições porque está fora do discernimento normal.
A literatura Forense traz inúmeros casos de violências pelo consumo de álcool, que vão desde a agressão doméstica, suicídios e mortes. Não há consumo seguro como muitos dizem. Se assim fosse a história humana não teria registros de violências versus álcool. Pela psicologia se sabe que a educação e as leis criam condutas direcionadas aos indivíduos. A educação prima pelo condicionamento dos instintos, as leis penais punem quem se deixa agir pelo puro instinto - procura as leis penais a reabilitação do ser.
Sim. De certa maneira fomos condicionados nos primeiros anos de vidas a agirmos sob condutas civilizatórias. Ninguém, por exemplo, sairia à rua para agarrar uma pessoa e forçá-la a fazer sexo para que aquela tivesse o instinto sexual aplacado. A barbaria seria o agir ao bel-prazer sem se importar com as opiniões alheias - se vê em filmes cujas histórias possuem conteúdo de o forte sobre o mais fraco como, por exemplo, no período de reis e rainhas.
O álcool age no cérebro, o senso social, isto é, o inconsciente coletivo com suas regras sociais "desaparece". O ser faz o que vem na cabeça e coração mesclando-se aos instintos. Logo, o álcool é uma droga que afeta o discernimento do ser humano. Ela em si não mata, não estupra, mas age de forma a "tirar" os valores sociais, que são frutos de condicionamentos e, depois, discernimento do próprio ser humano. Consumir álcool e permitir o consumo - temos o Código de Defesa do Consumidor que protege o consumidor contra alimentos nocivos à saúde - é permanecer nos índices elevadíssimos de acidentes de trânsito, estupros, homicídios, suicídios e violência em geral. Os jovens atuais consomem quantidades absurdas de álcool. Muitos se envolvem em acidentes automobilísticos, homicídios etc. A sociedade organizada e consciente dos malefícios do álcool no organismo humano, na ordem social e na economia brasileira - contabilize os prejuízos em decorrência do consumo de álcool seja as mortes nas estradas até a recuperação hospitalar de pessoas com cirroses hepáticas, por exemplo. O que se arrecada com impostos não cobre os gastos.