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É um desafio para o Brasil a questão de educação no trânsito. A bicicleta é um meio eficiente de transporte humano. Os benefícios são vários que vão desde a melhoria cardiorrespiratória até a diminuição de emissão de gases que causam o efeito estufa e a chuva ácida.
Infelizmente no Brasil há uma falsa condição de primeiro mundo, isto é, o STATUS que muitos procuram alcançar faz com que o brasileiro em geral não dê importância ao ato saudável de pedalar. Há também a falta de ciclovias e ciclofaixas nas vias terrestres. Na Índia e China é comum o hábito de pedalar seja como lazer, trabalhar ou ir trabalhar.
Os governos (federal, estadual e municipal) poderiam incentivar com construção de ciclovias e ciclofaixas, locais para guardar a bicicleta como estacionamento de bicicleta; banheiros para que o ciclista possa tomar banho antes de ir para o trabalho ou quando sair dele e até quartos para quem quiser dormir no local. Muitos países já possuem.
Na Europa e EUA também é comum o uso de bicicleta como transporte humano. Existe uma procura por aluguel de bicicletas públicas na Europa. Faz parte de uma busca das autoridades locais por alternativas ao trânsito e combate à poluição. E o governo incentiva.
Springtime (acima) é uma “máquina” de aluguel de bicicletas (como uma máquina de doces que, em vez do chocolate, entrega uma bicicleta). Todas as bicicletas são equipadas com chips de rastreamento RFID, o que facilita a devolução.
Esta matéria da Revista Época
O vice-líder no ranking latino-americano de ciclovias é o Rio (atrás de Bogotá). O governo do Estado quer estender as ciclovias ao interior. Anunciou neste ano um projeto para criar 1.000 quilômetros de ciclovias à beira de rios e estradas intermunicipais, o maior plano do gênero no Brasil. Calcula-se que hoje 40% dos trabalhadores do Estado vão ao trabalho de bicicleta ou a pé.
A primeira ciclovia do Distrito Federal, de 12,5 quilômetros, foi inaugurada em outubro. O governo distrital planeja entregar 600 quilômetros de pistas até 2010, a um custo de R$ 50 milhões. São Paulo está instalando bicicletários nas estações de trem metropolitano. Na estação Mauá, são mais de 2 mil vagas.
O Brasil tem a sexta maior frota do mundo de bicicletas, cerca de 75 milhões. Em cidades pequenas, onde o tráfego de automóveis não é problema, as bicicletas sempre foram um meio tradicional de transporte, mesmo sem pistas específicas para elas.
Bicicletas não poluem, não gastam energia elétrica e aliviam o trânsito – estima-se que numa via por onde passem 450 carros por hora caibam 4.500 pessoas pedalando.
Numa pesquisa feita pelo Ibope em São Paulo em 2007, 34% dos entrevistados declararam que jamais usariam bicicleta no dia-a-dia, mesmo se houvesse incentivos, mas 36% disseram que a construção de ciclovias e bicicletários nos locais de trabalho ajudariam a convencê-los a trocar o carro pela bicicleta nos deslocamentos diários”.