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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Motoristas de ônibus desrespeitam as leis de trânsito

Veja o vídeo e leia o comentário de Trânsito Escola




A questão é polêmica.
Os motoristas de ônibus argumentam que são "forçados" pelos donos das empresas a correrem com o veículo para honrar o limite de tempo do itinerante, não pegar passageiros como idosos e escolares da rede pública.
Tem ainda o estresse provocado pelos engarrafamentos quilométricos, buracos nos asfaltos.

Pela resolução do CONTRAN nº 168 e modificada pela resolução n° 285 trata CURSO PARA CONDUTORES DE VEÍCULO DE TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS cuja carga horária do curso é de  50 (cinquenta) horas aula.

Quanto ao relacionamento interpessoal:

6.1.3.4 Módulo IV – Relacionamento Interpessoal – 15 (quinze) horas aula

- Aspectos do comportamento e de segurança no transporte de passageiros;
- Comportamento solidário no trânsito;
- Responsabilidade do condutor em relação aos demais atores do processo de circulação;
- Respeito às normas estabelecidas para segurança no trânsito;
- Papel dos agentes de fiscalização de trânsito;
- Atendimento às diferenças e especificidades dos usuários (pessoas portadoras de necessidades especiais, faixas etárias diversas, outras condições);
- Características das faixas etárias dos usuários mais comuns de transporte coletivo de passageiros.

Estes mesmo profissionais têm o curso de reciclagem:

 7 ATUALIZAÇÃO DOS CURSOS ESPECIALIZADOS PARA CONDUTORES DE VEÍCULOS

7.1 CURSO DE ATUALIZAÇÃO PARA CONDUTORES DE VEÍCULO DE TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS.

7.1.1 Carga Horária: 16 (dezesseis) horas aula
7.1.2 - Estrutura Curricular
7.1.2.1 Módulo I - Legislação de trânsito – 3 (três) horas aula
- Retomada dos conteúdos do curso de especialização;
- Atualização sobre resoluções, leis e outros documentos legais promulgados recentemente.
7.1.2.2 Módulo II – Direção defensiva – 5 (cinco) horas aula

- A direção defensiva como meio importante para a segurança do condutor, passageiros, pedestres e demais
usuários do trânsito;
- A responsabilidade do condutor de veículos especializados de dirigir defensivamente;
- Atualização dos conteúdos trabalhados durante o curso relacionando teoria e prática.
- Estado físico e mental do condutor, consequências da ingestão e consumo de bebida alcoólica e substâncias
psicoativas;

7.1.2.3 Módulo III – Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Convívio Social – 3 (três) horas aula

- Retomada dos conteúdos trabalhados no curso de especialização, estabelecendo a relação com a prática
vivenciada pelos condutores no exercício da profissão;
- Atualização de conhecimentos.

7.1.2.4 Módulo IV – Relacionamento Interpessoal – 5 (cinco) horas aula

- Atualização dos conhecimentos desenvolvidos no curso;
- Retomada de conceitos;
- Relacionamento da teoria e da prática;
- Principais dificuldades vivenciadas e alternativas de solução.


 Pelo que se viu estes profissionais possuem uma preparação "diferenciada" dos condutores particulares - não trabalham sob remuneração. As próprias empresas de transporte coletivo oferecem apoio psicológico - alguns motoristas de ônibus alegam que é fachada. Realmente o estresse - como foi comprovado por pesquisas (acesse aqui).

Há também a cultura do "jeitinho brasileiro" em  fazer o que se quer e não ligar para as leis em geral (veja Teoria do Vidro Partido aqui no Trânsito Escola). Sabemos que a questão de educação para o trânsito é recente em nossa cultura brasileira. Antes de 1997 as pessoas obtinham a habilitação de forma mais "fácil". Muito fácil. Era só ir na autoescola - e quando se "exigia" a ida do candidato a habilitação, pois podia obtê-la mediante pagamento e recebimento rápido. Com o código atual há a exigência de fraquentar as aulas em uma autoescola. Antes de 1997 não se ouvia em aula teórica, mas agora sim.

E por que da exigência de ter aulas teóricas?

O Brasil é signatário da Convenção de Viena sobre trânsito viário cujo documento trata sobre as leis de trânsito de forma internacional. Outro importante fator são as mudanças tecnológicas que influenciam a vida do ser humano. Pode não parecer, mas as mudanças nas legislações de trânsito têm haver sim com o avanço tecnológico. A engenharia de trânsito busca sempre melhorias na qualidade de vida dos usuários de vias terrestres, seja quanto à sinalização (cores, dimensões), tipo de pavimentação etc.

Não podemos esquecer da mudança de comportamento dos seres humanos. Pela atitude grotesca nas vias terrestres (desrespeito as leis de trânsito e, pior, a banalização do desprezo pela vida humana)  que tanto se vê nos noticiários as leis mudam para conter as atitudes imprudentes e negligentes. Somente com a mudança de postura agressiva no trânsito, através da conscientização de que todos são seres vivos e merecem respeito, é que se verá uma sociedade mais "humanizada" e menos "animalizada".

Os motoristas de ônibus - como qualquer outro motorista - representam a cultura brasileira, isto é, a psicologia brasileira diante do fator máquina e ser humano. Porém não podemos esquecer que a máquina é fruto do ato humano.
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