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terça-feira, 21 de julho de 2009

A CULTURA DO JEITINHO

A CULTURA DO JEITINHO
Fonte: Jornal Zero Hora - RS
A descoberta, em São Paulo, de um esquema especializado em transferir os pontos por multas de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) chama a atenção para a necessidade de os Departamentos de Trânsito de diferentes Estados (Detrans) ficarem atentos a esse tipo de fraude que ocorre também em outras regiões.
O artifício, denunciado por reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, tem por objetivo desbloquear cartas suspensas, sem que o condutor precise sequer se dirigir à autarquia ou frequentar curso de reciclagem. Além de irregular, a atitude põe em risco a vida da população, pois faz com que muitos transgressores contumazes possam continuar circulando impunemente. A questão precisa ser enfrentada com determinação, com o fim de eventuais falhas legais e com uma atuação mais intensa da fiscalização.
Pelo que foi descoberto até agora, o mecanismo do qual vêm se valendo os fraudadores está na própria lei. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que o país adotou sob a expectativa de enfrentar alguns dos tantos descalabros no tráfego de veículos, confere aos proprietários a possibilidade de indicar o motorista que estava conduzindo o automóvel no momento de a infração ser cometida. Foi com base nessa brecha que integrantes da gangue passaram a pagar valores variáveis para interessados em assumir pontos em troca de dinheiro ou simplesmente os transferiam para terceiros mediante a falsificação de assinatura. Em alguns casos, a pontuação ia parar até mesmo na Carteira de Habilitação de pessoas já mortas, o que vai exigir uma colaboração por parte do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A prática, que também ocorre em outros Estados, costuma envolver principalmente parentes, alguns dos quais, mesmo sem dirigir, acabam se transformando em “pontuadores” profissionais. A fraude na pontuação de Carteiras Nacionais de Habilitação é inadmissível, principalmente num momento em que os brasileiros criticam tanto seus representantes políticos pela participação em falcatruas. Quando um certo número de pessoas aceita transigir com a transgressão, mesmo em casos considerados menos relevantes e de menores consequências, acaba dando margem a uma teia de irregularidades que, a pretexto de favorecer alguns, pune o conjunto da sociedade. Além disso, quem contemporiza com irregularidades perde força para cobrar retidão dos que têm o dever de zelar pelo bom uso de recursos públicos, em qualquer esfera da federação.
O comportamento dos motoristas no trânsito e frente a exigências legais para ter a posse de um veículo ou para dirigi-lo acaba refletindo muito sua forma de agir na vida pessoal e profissional. Daí a dificuldade de o país registrar avanços comportamentais nesta e em outras áreas e que no caso do trânsito e nos demais precisa contar com o apoio de leis rígidas e fiscalização eficiente.
Comentário do blog
Não é de se estranhar as artimanhas dos brasileiros. Como bem disse o autor do texto “A fraude na pontuação de Carteiras Nacionais de Habilitação é inadmissível, principalmente num momento em que os brasileiros criticam tanto seus representantes políticos pela participação em falcatruas.”
Mas é cultural a postura do “jeitinho” brasileiro em buscar “soluções” rápidas para os próprios erros. Não se pode exigir postura política se o próprio povo erra – ou será que o povo copia os erros dos políticos?
Não há justificativas para apelas para a corrupção. Corrupção enraizada no seio da nação brasileira. Somente com educação moral é que veremos um pais justo para todos. Enquanto isso pobres vivem mais pobres, ricos mais ricos e miseráveis servindo para as aulas de anatomia nas faculdades.
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