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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Trânsito mata mais que malária, mas é ignorado por ONGs

Trânsito mata mais que malária, mas é ignorado por ONGs
Fonte: O Globo
ROMA (Reuters) - Mais pessoas morrem de acidentes de trânsito do que de malária anualmente no mundo em desenvolvimento, mas o problema da segurança viária é ignorado por grupos de ajuda humanitária e instituições internacionais, apontou um relatório na terça-feira.
O estudo, chamado "Make Roads Safe: A Decade of Action for Road Safety" ("torne as vias seguras: uma década de ação para a segurança no trânsito"), concluiu que 300 milhões de dólares gastos globalmente no melhoramento das estradas, em campanhas para conscientizar a população e em mais regras de trânsito poderiam salvar 5 milhões de vidas entre 2010 e 2020.

Hoje em dia 1,3 milhão de pessoas morrem todos os anos em decorrência de acidentes de trânsito no mundo, em sua maioria nos países de renda média e baixa. Prevê-se que o número suba para 1,9 milhão até 2020.
"Agências de ajuda humanitária, ONGs pró-desenvolvimento, fundações filantrópicas e instituições internacionais importantes continuam a negligenciar ou ignorar esse problema crescente", diz o relatório.
Estima-se em 100 bilhões de dólares anuais o custo dos acidentes rodoviários no mundo em desenvolvimento - o equivalente a toda a ajuda internacional proveniente dos países desenvolvidos da OECD.
A Comissão para Segurança no Trânsito, fundada pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que regulamenta o automobilismo mundial, lançou o relatório em Roma na terça-feira na presença do piloto de Fórmula 1 Felipe Massa.
A comissão pediu por uma campanha na Organização das Nações Unidas (ONU) para reduzir o número de mortes nas estradas para menos de 1 milhão até 2020.
"Fazendo pequenas melhorias podemos salvar muitas vidas", disse Massa à Reuters, citando pontos como dirigir após consumir bebida alcoólica e as condições precárias de muitos carros antigos. "A velocidade, certamente, é importante... Meu trabalho é ir rápido, mas apenas nas pistas de corrida."
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS
A segurança no trânsito poderia representar um incremento econômico significativo para os países pobres. Cada dólar gasto em segurança viária no mundo em desenvolvimento economizaria até 20 dólares com o aumento da produtividade, melhoria na saúde e lucros maiores, conclui o relatório.
O documento pede que governos presentes à primeira conferência da ONU sobre segurança no trânsito, que ocorre em novembro em Moscou, apóiem uma série de medidas específicas, como regras globais tornando obrigatórios os capacetes para os motociclistas e os cintos de segurança para passageiros e motoristas até 2020.
Os acidentes de trânsito já são a principal causa de morte em todo o mundo para jovens entre 10 e 24 anos. No mundo em desenvolvimento, deve se tornar a principal causa de morte para crianças entre 5 e 14 anos até 2014, ultrapassando desnutrição e doenças infecciosas, indica o relatório.
Em comparação, a malária mata cerca de 1 milhão de pessoas por ano - 90 por cento delas na África.
A questão de mortes no trânsito não é uma novidade, porém é negligenciado em muitos países que ainda não se deram conta dos prejuízos causados à própria nação. Estados unidos, Portugal, Itália e Inglaterra são países que investem na segurança do trânsito terrestre.
Porém não adianta somente o governo investir é preciso que cada cidadão colabore.
No Brasil muitos falam que os acidentes de trânsito se devem às más condições das vias, sinalização e falta de policiamento. Contudo se pararmos para pensar boa parte dos acidentes de trânsito se deve as imprudências dos usuários das vias terrestres (ciclistas, pedestres e condutores motorizados). Muitas estatísticas comprovam que os acidentes de trânsito acontecem também nas vias com ótima pavimentação e sinalização desmistificando que os acidentes acontecem nas vias sem conservação.
Muitos brasileiros também justificam suas faltas com argumentos para o que nos países de primeiro mundo também há inúmeros acidentes. Todavia a quantidade de acidentes nesses países é bem menor que no Brasil. Como eu já tinha relatado em outras postagens o Brasil está no topo de violência no trânsito.
Quais são os custos para a sociedade brasileira diante dos de inúmeros acidentes? É o que vamos ver logo abaixo.

OS CUSTOS CONSIDERADOS 
1)      Custo da Perda de Produção
Corresponde às perdas econômicas sofridas pelas pessoas, pela interrupção temporária ou permanente de suas atividades produtivas, em decorrência de envolvimento em acidentes de trânsito. Aplica-se a pessoas inseridas nos mercados formal e informal de trabalho. No caso de um assalariado, a perda equivale ao custo necessário para sua substituição durante o tempo não trabalhado.

2)      Custo dos Danos aos Veículos
Custo de recuperação ou reposição dos veículos danificados em acidentes de trânsito.

3)      Custo médico-hospitalar
Soma dos custos dos recursos humanos e materiais do atendimento e tratamento das vítimas de acidentes de trânsito, desde a chegada ao hospital até o momento da alta ou do óbito. Inclui também os custos dos programas de reabilitação, como fisioterapia.

4)       Custo de Processos Judiciais
Custo do funcionamento da estrutura judicial em função de acidentes de trânsito.

5)       Custo de Congestionamento
Soma dos custos relativos ao tempo perdido pelos ocupantes de veículos retidos no tráfego e ao aumento do custo de operação destes veículos, em função de congestionamentos gerados por acidente de trânsito.

6)       Custo Previdenciário
Custo que recai sobre a Previdência Social em função da impossibilidade de trabalhar de vítimas de acidentes de trânsito, temporária ou permanente, sendo sustentadas parcialmente pela Previdência. Esse custo inclui despesas com pensões e benefícios.
7)      Custo do Resgate de Vítimas
Custo do transporte das vítimas de acidentes de trânsito do local do acidente até o hospital ou pronto-socorro. Inclui o custo da utilização de equipamentos especiais e do deslocamento das equipes de resgate, com veículos e profissionais especializados (ambulâncias, médicos, paramédicos).

8)       Custo de Remoção de Veículos
Custo de utilização de guinchos ou outros meios para remover os veículos avariados do local do acidente até uma oficina, pátio ou delegacia. Inclui o aluguel do veículo e o tempo de serviço do técnico responsável.

9)       Custo dos Danos ao Mobiliário Urbano e à Propriedade de Terceiros
Custo de reposição/recuperação de equipamentos urbanos e de propriedades de terceiros danificados ou destruídos em função de acidentes de trânsito. O mobiliário urbano compreende abrigos de ônibus, postes, orelhões, bancas de revistas, caixas de correio e gradis.

10)    Custo de outro Meio de Transporte
Soma das despesas do acidentado com passagens de ônibus, táxi e aluguel de veículos decorrentes de necessidade de locomoção no período posterior ao acidente em que o veículo ficar sem condições de uso.

11)    Custos dos Danos à Sinalização de Trânsito
Custo de reposição ou recuperação da sinalização danificada ou destruída em função de acidentes de trânsito. Consiste em elementos tais como postes de sustentação de sinalização, placas de sinalização, equipamento semafórico.

12)    Custo do Atendimento Policial e dos Agentes de Trânsito
Soma dos custos do tempo dos policiais e/ou agentes de trânsito e da utilização de veículos para atendimento no local do acidente, hospital ou delegacia.

13)    Impacto Familiar
Custo que representa o impacto do acidente no círculo familiar da (s) vítimas(s). É representado, principalmente, pelo tempo gasto por familiares, para sua eventual produção cessante e por adaptações na estrutura familiar (moradia, transporte) por conta do acidente.

 Custos Anuais dos Acidentes de Trânsito nas Aglomerações Urbanas Brasileiras, por componente de custo

Fonte: IPEA (Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada)
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Obs.: os valores acima triplicaram em 2008.

Não resta dúvida dos prejuízos econômicos, materiais e psicológicos na nação e nas famílias brasileiras.
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