A violência do trânsito de Porto Velho pode ser compreendida, depois de uma simples ação da Polícia Militar, em apenas um final de semana. Os números são de espantar. De 132 motoristas abordados, 115 tinham algum tipo de problema e foram multados. Nesse pequeno universo, 87% dos veículos estavam com alguma irregularidade. Pior: houve suspeita de que pelo menos 31 motoristas dirigiam embriagados, quase 24%.
Desses, 22 se recusaram a fazer o teste do bafômetro e nove foram flagrados e presos. Pode-se argumentar que é um pequeno número no cenário de 186 mil veículos. Não é. Como numa pesquisa, este pequeno universo representa o todo, mesmo analisado aleatoriamente. Nessa mini pesquisa, o número de veículos irregulares é absurdo e o de bebuns ainda mais assustador.
Quando se analisa o resumo da ação da PM, em três dias, tem-se uma visão, resumida mas real, do que está ocorrendo nas nossas ruas. Veículos irregulares, com problemas mecânicos, motos sem as mínimas condições, motoristas bêbados dirigindo: tudo isso leva a um quadro apavorante. Deixando a certeza de que, se não houver uma mudança urgente de mentalidade e cultura, não haverá também solução para um dos mais graves problemas que assola Porto Velho e todas as grandes cidades brasileiras.
De todos os problemas, sem dúvida a embriaguez ao volante é a mais preocupante. Pela Lei Seca foi aplicada, até março deste ano, perto de 85 mil motoristas foram pegos, suspeitos de terem bebido antes de dirigir e quase 10 mil acabaram na cadeia. Pena que saem pouco depois de presas, pela impunidade que campeia. Há, claro, muitos outros motivos para os acidentes. Mas se nos livrarmos dos bêbados, já teremos dado um passo importante para o fim do sangue escorrendo nas ruas e rodovias.