Trânsito Escola – Agentes públicos do Rio de Janeiro começaram a multar usuários de vias terrestres que jogarem lixo fora das latas, contêineres e outros locais adequados para o descarte de lixo. A medida é importante diante do mau hábito, não só dos cariocas, mas de todos os brasileiros, de jogar lixo nas ruas como se via pública fosse um enorme lixão.
Nas salas de aulas, das autoescolas, a matéria cidadania e meio ambiente é uma exigência para os futuros condutores poderem obter a habilitação de trânsito terrestre. Não se esquecendo que condutor também é pedestre, quando fora do veículo.
Os instrutores de trânsito se esforçam para transmitirem e conscientizarem os futuros condutores de que a responsabilidade, de preservação à natureza, não é somente competência das autoridades públicas, mas de todos (servidores públicos ou não). Árdua tarefa quando ainda se existe a mentalidade de que a obrigação de, por exemplo, manter limpas as vias terrestres compete aos garis, que são pagos para exercerem suas funções.
Cultura da soberba
Não é incomum, infelizmente, escutar frases:
- “Estudei para não ser gari”.
- “Pago meus impostos para catarem lixos nas ruas”.
Sim, tratam-se de mentalidades soberbas, narcisistas. Não é de se admirar, pois ainda há pensamentos assim, de pessoas que se acham melhores (narcisistas) do que as outras. São pessoas que foram ensinadas de que nome e sobrenome, posição social, não podem, jamais, estarem igualadas a de pessoas humildes (pobres).
Pobre, contexto, se baseia em pessoa que andam cabisbaixas, de que não falam nada, pois não possuem intelectualidade suficiente para discordar, impor suas ideias. Sim, ainda existem pessoas assim, e que passam tais mentalidades aos seus descendentes. Só a educação universalista é que poderá mudar a cultura da soberba, mas é preciso que o Estado, através dos gestores públicos, deem condições eficientes à educação (civilidade). Infelizmente, os estabelecimentos de ensino públicos não oferecem a materialização de condutas civilizadas, por inúmeras greves, justas, de professores exigindo qualidade no ensino e condições favoráveis ao exercício da profissão.
Exigências do Estado
Contudo, da mesma forma que a prefeitura irá aplicar multas, ela mesmo deve fornecer locais apropriados para o descarte de lixo.
Ecologicamente correto, a prefeitura deve instalar mais recipientes para o descarte específico de lixo, isto é, obedecendo o tipo de descarte:
E quando não há lata de lixo?
A conscientização sobre preservação, conservação e não poluição devem ser a máxima do pensar antes do medo de perder dinheiro pela multa recebida pela prefeitura. Contudo, a boa gestão pública somada ao respeito aos cidadãos, que são os detentores de direitos quanto se fala em eficiência da Administração Pública, deve ser precedida de atos administrativos de forma que a lei também não seja arbitrária.
Nesse caso, a prefeitura deve colocar, dar manutenção constante aos contêineres para descarte de lixo. Em localidades que não possuem contêineres, ou são escassos, ao descarte de lixo, os moradores podem exigir mais contêineres para suprir às necessidades locais.
A razoabilidade deve ser o norteador dos atos administrativos, do gestor público, perante a coletividade, que sempre é o bem-estar, a qualidade de vida.
E o gestor, o que move seu interesse na Administração Pública?
Não é o lucro,mas sim a qualidade dos serviços prestados à sociedade e o pleno atendimento ao cidadão, sinônimos que são da supremacia do interesse público.
Educação, a base civilizatória
Em países cujas culturas já são educadas, por sistemas eficientes de educação, em estabelecimentos educacionais, não há descarte de lixo nas vias públicas pelos próprios cidadãos. Todavia, da mesma forma, enquanto da existência de um Estado Democrático, o Estado, através de gestores públicos, não descuida da obrigação de dar condições de eficiência aos atos administrativos por eles (gestores públicos) criados.
O Modelo da Administração Gerencial (gerencialismo)
Nesse tipo de gestão pública, o cidadão passa a ser visto como cliente que investe no Estado através dos
impostos que recolhe. Deve ele (cidadão), portanto, ter o respectivo retorno na forma de serviços públicos bem providos e administrados. Semelhantemente à lógica do mercado, em que o dono do negócio recebe seus lucros, o “dono do Estado", que é o cidadão, recebe seu “lucro” na forma do atendimento com qualidade de suas necessidades por parte da Administração. Logo, a demanda da população deve ser suprida pela prefeitura, de forma que os cidadãos possam descartar lixos em locais adequados e em número suficiente.
Seria arbitrário exigir que os cidadãos não jogassem lixos nas ruas, e aplicassem multas, se não há locais (contêineres) para o descarte de lixo. Imagine o cidadão ter que andar com uma sacola plástica para descartar o que consumiu? Imagine sair do trabalho e ter que carregar o lixo – imaginemos que a empresa não tivesse a boa vontade(mentalidade ecológica) de dar condições de descarte de lixo do empregado –, como garrafa de suco, embalagem de biscoito até a chegada no lar (residência)?
Nesse aspecto a boa administração deve ser eficiente de forma que a mentalidade, a postura pró-ecologia seja materializada com sucesso: contêineres suficientes às necessidades dos cidadãos, coletas de lixo habituais aos contêineres; divulgações nas mídias sobre descarte de lixo , de forma incorreta, e prejuízos ao meio ambiente e aos cofres públicos; eficiências nas estruturas educacionais, de estabelecimentos de ensino, à crianças e adolescentes para, quando adultos, possam agir como verdadeiros cidadãos comprometidos com o bem-estar coletivo.