A Polícia Civil de Alagoas informou que, além dos quatro suspeitos de vender ilegalmente Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH), incluindo servidores do Detran/AL e um vereador do interior, outras pessoas podem estar envolvidas nos crimes de fraude. Os compradores chegavam a pagar a quantia de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil pelo documento. A informação foi divulgada durante coletiva à imprensa que aconteceu na manhã desta segunda-feira (2), na sede do Detran.
Durante a coletiva, a delegada Ana Luiza Nogueira, da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic), afirmou que cerca de 40 processos estão sendo apurados pela Polícia Civil e que não descarta a possibilidade de outros documentos serem apontados como fraudulentos. “A oitiva já foi iniciada e estas carteiras suspeitas serão suspensas e os compradores serão ouvidos pela polícia”.
Na ocasião também estiveram presentes a coordenadora Regional Operacional do Detran de Alagoas, Ana Fábia Santos, e o também o corregedor do órgão, Luiz Eduardo Souza. Eles contaram como funcionava o esquema e como os compradores tinham seus nomes inseridos na carteira.
“Elas compravam as carteiras tinham seus nomes inseridos no Cadastramento de Prontuário Único – CPU, em habilitações que estavam “paradas”, mas com numeração legal e que tinham passado pelo processo biométrico. “Os suspeitos inseriam os dados dos clientes em carteiras de pessoas que não a usavam mais, como as que precisavam ser renovadas e não foram, por exemplo. O processo era feito primeiramente no prontuário que é um documento físico e depois inserido no sistema do Detran”, contou Ana Fábia.
De acordo com o corregedor Luiz Eduardo Souza, o órgão suspeitou da ação depois que foi solicitado a atualização de um grande número de carteiras antigas. "A partir disso as investigações começaram a ser realizadas. Fazem seis meses que servidores do Detran são investigados por fraudes nas CNHs", informou Souza.
Operação
Uma operação da Deic no último dia 27, quatro pessoas suspeitas de vender ilegalmente carteiras de habilitação. Entre os presos estão dois servidores e um despachante do Detran de Alagoas e um vereador por Branquinha que trabalhava no Ciretran de União dos Palmares, na Zona da Mata do estado.
Os agentes apreenderam ainda documentos e prontuários em branco na residência dos servidores presos, o que comprova a suspeita da polícia sobre a participação deles no esquema fraudulento. De acordo com a delegada, o valor pago pelos clientes aos suspeitos varia entre R$ 1.500 mil a R$ 2mil. “Esta quantia é só uma média. As investigações vão apontar que possa ter sido mais ou menos”, informou a delegada Ana Luiza.
Os servidores foram identificados como Waldir Cardoso Lins e Antônia Maria Santos, e o despachante como Vicente Ferreira da Silva. Eles foram presos em Maceió. Já o vereador identificado como Francisco Pereira da Silva (PPS) foi preso no município de União dos Palmares.
Segundo Ana Luiza, eles vão responder por crimes de falsificação de documentos, inserção de dados falsos, corrupção passiva e formação de quadrilha.
G1 - Servidores do Detran-AL cobravam até R$ 2 mil para fraudar CNH, diz PC - notícias em Alagoas