Atire a primeira pedra no sinal de trânsito – ou no farol, ou semáforo, ou sinaleira, dependendo de que parte do país você está – quem nunca olhou para aquela luz vermelha acesa no cruzamento e, com raiva por causa da pressa, ficou imaginando quem foi o responsável por atrasar sua vida. Só que o semáforo passou a ser mais do que necessário para orientar o caos que se tornava o trânsito nas cidades européias e americanas na virada do século 20.
Com o crescimento populacional e a modernização de vias no início do século passado, as cidades começaram a fervilhar. As ruas passaram a ser indicadores de progresso. Por isso, algumas chegavam a ter até 100 metros de largura. Muitas pessoas já podiam ter um carro motorizado, principalmente depois do surgimento do modelo Ford T. Só nos Estados Unidos, a frota de veículos saltou de 8 mil, em 1900, para 2,5 milhões, em 1908. Nas ruas americanas e de cidades como Londres, na Inglaterra, carros se misturavam a carruagens, bicicletas e, claro, pedestres, que passaram a sofrer cada vez mais. Não foi à toa que logo começaram a surgir várias tentativas de controlar o trânsito.
O primeiro semáforo de que se tem notícia data de 1868. Foi instalado em Londres com luzes a gás para ser visto à noite. Ele tinha dois braços, movimentados por policiais: quando estavam na horizontal, indicavam que os veículos parassem; em 45 graus, eles deveriam seguir. Durou menos de um mês porque explodiu, ferindo o policial que o manejava.
Pouco depois, em Berlim, na Alemanha, foram construídas torres no meio de cruzamentos com cabines onde policiais ficavam sentados trocando as luzes o dia todo. Esse tipo de torre, que sofreu variações ao longo das décadas, foi bastante usada em Nova York a partir de 1916. Desde 1912, sucessivas invenções ganharam notoriedade nos Estados Unidos, onde foram criados os princípios usados até hoje. O sinal de três cores e próprio para o cruzamento de vias foi inventado e instalado pelo policial William Potts, em 1920, em Detroit.